O jogador brasileiro Edson Fernando, de 23 anos, que conseguiu fugir da guerra na Ucrânia na última segunda-feira (28), desembarcou em Natal no fim da manhã desta quinta-feira (3) e reencontrou a família no aeroporto.
De acordo com ele, a sensação era de alívio, por ter feito uma boa viagem e poder reencontrar todos bem.
"É uma sensação de alívio, né? Aproveito para agradecer a todo mundo que estava torcendo pela saída minha e de meus amigos. Graças a Deus a gente conseguiu sair de lá, daquele momento difícil que a gente viveu. Só sabe quem estava lá. Foi difícil pra caramba, mas a gente está aqui e agora vamos descansar e aproveitar a família", comentou após abraçar o pai, a mãe e a namorada.
A família também relatou a sensação de poder encontrar Edson bem. O pai do jogador, Edson Gomes, estava emocionado.
"Passei a semana sem conseguir trabalhar, chorando direto. Foi muito ruim para mim. Eu, como pai, passei a semana todinha sofrendo. Graças a Deus, agora estou muito feliz”, contou chorando.
"Preparei o creme de galinha que ele pediu. Está feito, esperando por ele. Foi feito com amor e saudade. Ele perdeu uns quilinhos e agora vou cuidar dele”, completou a mãe de Edson, Tarciane Pinheiro.
Edson Fernando ainda contou que deve passar poucos dias em Natal e viajar para São Paulo no início da próxima semana, onde pretende se reunir com seu empresário para definir o futuro profissional. De acordo com ele, existe a possibilidade de ser emprestado pelo time ucraniano Rukh Lviv para algum clube brasileiro.
"O empresário já esta vendo junto com outros clubes pra que a gente possa resolver o mais rápido possível, porque o é o que eu gosto de fazer, jogar futebol. Então eu quero jogar logo pra poder esquecer isso tudo", disse.
Lembrando dos cinco dias que levou para sair da Ucrânia, após o início dos bombardeios russos, Edson contou que chegou a pensar em desistir de sair do país. Ele havia chegado à Ucrânia em janeiro, após ser contratado pelo Rukh Lviv e ainda treinava e participava de jogos amistosos para poder estrear no campeonato nacional nesta semana. A competição foi suspensa após o início da guerra.
Edson estava na cidade de Lviv, que fica perto da Polônia, e resolveu partir com colegas de clube para a fronteira para tentar deixar a Ucrânia na quinta-feira (24). Parte do percurso foi feita a pé. Apesar disso, o jogador passou cerca de quatro dias na fronteira, sem conseguir atravessá-la. Até que, junto com o colega de clube e a namorada dele, foi resgatado por uma brasileira que entrou na Ucrânia para tentar ajudá-los. Eles conseguiram sair da Ucrânia pela Hungria na última segunda-feira (28).
"A gente saiu no primeiro dia que aconteceu os bombardeios, então a gente achou que pelo fato de a gente sair no primeiro dia a gente ia conseguir sair facilmente e não foi nada disso. A gente chegou ali (na fronteira com a Polônia), no quarto dia ali a gente já estava querendo desistir já, não tinha mais força pra nada, a gente não comia, a gente não tomava banho, a gente não escovava os dentes e comia só besteira. A gente já estava voltando para nossa cidade (Lviv). Caminhamos umas três horas para tentar achar um táxi e paramos num posto, com muito frio. Foi quando apareceu a Clara, a voluntária brasileira que está ajudando as pessoas a saírem de lá", relatou.
Agora em casa, o jogador pretende, além de descansar, matar saudade da comida brasileira. "Hoje é o creme de galinha e amanhã vai ser churrasco", disse.
Fonte: g1
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