Em Osasco, na Grande São Paulo, moradores do bairro Pestana que estavam em uma área descampada, no último domingo (6), foram surpreendidos por um helicóptero que fazia manobras a poucos metros do chão, e até mesmo ameaçou pousar no local. Na correria, algumas pessoas chegaram a se machucar com medo de serem atingidas.
As imagens gravadas por moradores da região mostram o helicóptero dando rasantes e passando em sobrevoo a alta velocidade na região, que fica localizada ao lado de uma creche e de um bairro residencial. Durante as manobras, é possível ver uma nuvem de poeira e pedras formada pela aeronave. No momento, havia gente no local soltando pipas.
O vigilante Valdemir Francisco da Silva disse que estava dentro da creche quando escutou o barulho do helicóptero. "Os meninos que estavam soltando pipa vieram correndo porque ele tentou descer no chão. Subiu aquela poeira, as pedras. Teve quem tentou correr, não sabia o que estava acontecendo e acabou se machucando", explica.
O técnico em refrigeração Oséias Conceição também estava no local no momento das manobras. "O piloto foi muito imprudente. Se ele perdesse o controle ali, infelizmente ia ser uma fatalidade para muitas pessoas", diz.
O helicóptero decolou de um heliponto no bairro do Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo, por volta de 12h30. Passou por Osasco, onde fez as manobras, e partiu para o Aeroporto Campo de Marte, em Santana, Zona Norte da capital paulista, onde pousou por volta de 13h20.
De acordo com quem estava no local , o prefixo da aeronave era PT-YNN. Nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), consta a Igreja Internacional Renovação Evangélica como proprietária. O g1 tentou contato com a instituição, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
De acordo com a Anac, a ausência de informações sobre a aeronave impossibilita, a princípio, a instauração de processo administrativo para apurar os fatos, mas que a agência seguirá investigando o caso.
A Anac destacou que informações e materiais que indiquem a ocorrência dos fatos ou a identificação da aeronave devem ser encaminhadas aos canais de denúncia da Agência, para que possam compor processo de investigação.
Para o especialista em aviação Miguel Rodegueiro, este tipo de voo é proibido. "Ele pode ser classificado como um voo fora dos padrões, que despreza algumas regras legais e algumas regras de segurança. Um voo, que poderíamos dizer, com um certo grau de temeridade", diz o especialista.
"Em voos normais, o sobrevoo a baixa altura é proibido. Principalmente se existem pessoas nas proximidades", completa.
Fonte: g1
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