Assessores do presidente Jair Bolsonaro defendem que o chefe faça correções de rumo no seu governo para diminuir a diferença nas pesquisas de intenção de voto em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma das sugestões é que ele demita o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.
A equipe do presidente avalia que Bolsonaro conseguiu se estabilizar nas pesquisas de intenção de voto, na casa de 22% a 24%, mas tem uma rejeição muito alta, entre 50% e 60%.
Segundo assessores, se, de um lado, o presidente parou de cair nas pesquisas, tanto de intenção de voto como de avaliação de seu governo. Agora, ele precisa começar a crescer e reduzir seu patamar de rejeição do eleitorado à sua administração.
No caso da sugestão de demissão de Sérgio Camargo, a avaliação de assessores do presidente é que ele “passou de todos os limites” ao atacar o congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro.
Camargo chegou a dizer que “era um vagabundo morto por outros vagabundos”, gerando críticas não só no governo como também no Judiciário. O ministro Gilmar Mendes disse que ele precisava ser contido no seu comportamento discriminatório.
Segundo interlocutores de Bolsonaro, Camargo não traz um voto para o presidente. Pelo contrário, tira, num momento em que Bolsonaro precisa recuperar parte do eleitorado que o abandonou desde sua eleição.
Além da demissão de Camargo, interlocutores do presidente vão insistir num conselho que vem sendo dado desde o início do ano, de que Bolsonaro tem de parar de atacar a vacinação, o que é rejeitado inclusive pelo seu próprio eleitorado.
Nos últimos dias, o presidente parou de levantar críticas às vacinas, mas, na avaliação de aliados, ele precisa ir além, começar a defender as medidas do governo no campo da vacinação.
No plano ideal de sua equipe, Bolsonaro tomaria, inclusive, a vacina, mas ele segue resistindo. Primeiro, dizem auxiliares, porque ele não quer se vacinar. Segundo, porque acha que isso, neste momento da pandemia, já não teria efeitos positivos para sua imagem.
Fonte: g1
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