Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada nesta segunda-feira (14) aponta que 83% dos pais e responsáveis por alunos que voltaram às aulas presenciais no país acreditam que eles estão evoluindo na aprendizagem. A pesquisa "Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias" foi realizada por telefone e foram ouvidas 1.306 pessoas do Brasil inteiro.
Ainda de acordo com as famílias, os alunos que voltaram às atividades presenciais estão mais animados (86%), mais otimistas com o futuro (80%), mais independentes para realizar as tarefas (84%) e mais interessados nos estudos (77%) do que aqueles que continuavam no ensino remoto (respectivamente 74%, 72%, 72% e 60%).
Mesmo com a empolgação, os pais querem que os alunos tenham reforço em quase todas as matérias básicas da grade escolar durante os próximos dois anos. As disciplinas mais citadas foram matemática (71%) e língua portuguesa (70%).
Neste sentido, 28% dos responsáveis defendem que as escolas priorizem programas de reforço e recuperação da aprendizagem. Outro ponto relevant da pesquisa é a percepção das famílias de que a gestão educacional também deve buscar mais oportunidades de capacitação para os professores (23%). Também foram citados como prioridade garantir o aumento salarial dos docentes (43%), melhorar a infraestrutura das escolas (30%) e amplir o uso de tecnologia na educação (22%).
Abandono escolar
Segundo o Datafolha, em dezembro, um quinto dos alunos corria o risco de abandonar a escola, na percepção de pais e responsáveis. Dentre os motivos mais citados estão o fato de o estudante ter perdido o interesse pelos estudos (29%) e não estar conseguindo acompanhar as atividades (29%) por causa da pandemia. Outros 15% citaram falta de acolhimento e 12% a necessidade de trabalhar para ajudar no sustento da família. Esse último resultado é maior entre os alunos de ensino médio (21%), que também são os mais impactados pela falta de interesse (38%).
Ainda na percepção das famílias, entre os estudantes da alfabetização e dos anos iniciais, a falta de acolhimento é um forte motivo para o risco de abandonar a escola, afetando de forma desigual crianças brancas (9%) e negras (19%).
Desigualdade de acesso
A pesquisa apontou que 97% das escolas foram reabertas na região Sudeste. Ao mesmo tempo, apenas 77% conseguiram voltar às aulas presencialmente no Nordeste, uma diferença de 20 pontos percentuais de uma região para a outra.
Além da desigualdade regional, alunos de escola com nível socioeconômico (NSE) mais alto também têm mais acesso ao processo de reabertura. A diferença neste caso foi de 12 pontos percentuais - 80% entre estudantes de escolas de baixo NSE contra 92% de estudantes de alto NSE.
Fonte: g1
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