Uma mãe que foi vacinar a filha em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, disse que foi pressionada a desistir da vacinação. O RJ1 mostrou, na segunda-feira (24), que a secretaria de saúde local cobra um termo de responsabilidade assinado pelos pais, o que é irregular.
"Vacinei minha filha semana passada. Contrariada, assinei o bendito termo. Depois fui levada para uma sala com mais 3 pais com seus filhos, onde -- a portas fechadas -- a agente de saúde leu trocentas reações adversas que poderiam acontecer."
Ainda de acordo com o relato da mãe, a funcionária sinalizou ainda que era contra a vacinação infantil.
A cereja do bolo foi quando uma mãe perguntou se ela vacinaria o filho dela e ela deixou implícito que não vacinaria o filho. Foi horrível, um terrorismo. Minha filha tomou a vacina e não teve reação nenhuma. Está linda e feliz por ter tomado a vacina".
A cobrança de um termo de responsabilidade é irregular e não está dentro das normas do Ministério da Saúde. O Ministério Público informou que vai investigar o caso.
A exigência tem impactado na adesão à campanha de vacinação na cidade, que tem doses de vacina sobrando. O Ministério Público disse que vai instaurar um inquérito para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis.
O termo de assentimento por escrito está previsto em uma nota técnica do Ministério da Saúde sobre a vacinação contra Covid de crianças de 5 a 11 anos, mas apenas quando pais e mães não estão presentes.
A Prefeitura de Itaguaí, no entanto, tem exigido o termo mesmo quando os pais levam as crianças.
Outras cidades também cobram
O RJ1 desta terça descobriu que a prefeitura de Nilópolis, na Baixada Fluminense, também faz a cobrança irregular. Em uma rede social, escreveu:
"Além da presença do responsável, é necessário CPF da criança ou cartão do SUS, comprovante de residência do responsável e autorização do responsável feita na hora."
Em Araruama, na Região dos Lagos, uma moradora que prefere não se identificar diz que teve que assinar o termo.
"A atendente anotou os dados nos papéis. E ao final ela me deu um termo pra eu assinar, termo de responsabilidade. E aí eu li, né? No termo tava dizendo que eu, aí tinha que colocar meu nome, autorizando meu filho a tomar a vacina da covid. E assinar. Só que eu achei estranho, né? Porque eu, como responsável legal, eu levei meu filho pra se vacinar, e tá assinando um termo de responsabilidade. Em outras vacinas que ele tomou, nunca aconteceu isso."
O que dizem as prefeituras
A Prefeitura de Itaguaí disse que enviou um comunicado para as unidades de vacinação pra esclarecer que a autorização por escrito não é necessária quando os próprios pais ou responsáveis levam as crianças pra tomar a vacina. O RJ1 não teve resposta das prefeituras de Nilópolis e de Araruama.
Fonte: g1
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