Vários países europeus iniciaram nesta quarta-feira (15) a vacinação contra a Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos, em um esforço para combater o avanço da pandemia e manter as escolas abertas diante da propagação da variante ômicron.
Alemanha, Grécia e Hungria estão entre os países que iniciaram a campanha de imunização das crianças com uma forte demanda dos pais, de acordo com os médicos, pelos temores provocados pelas contagiosa nova variante.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu nesta quarta-feira no Parlamento Europeu que a ômicron pode ser "a nova variante dominante na Europa em meados de janeiro".
Com 66,6% da população do bloco vacinada, a dirigente europeia estimulou os países a trabalhar para aumentar a taxa de imunização porque "o preço que pagaremos se as pessoas não estiverem vacinadas continuará aumentando", com efeitos para as festas de Natal ou fechamentos de escolas e outras atividades.
Apesar de ser um dos países com uma das maiores taxas de vacinação na Europa, a Espanha criou uma campanha na televisão para promover a imunização entre as crianças de 5 a 11 anos de idade, crucial para romper a cadeia de infecções em seu entorno.
A Espanha tem 3,3 milhões de pessoas nesta faixa etária. Uma pesquisa do instituto Appinio mostra que 74% dos pais espanhóis com filhos entre 5 e 11 anos pretendem vaciná-los.
O início da campanha na Europa acontece um dia depois do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a propagação sem precedentes da ômicron, notificada em 77 países, mas que provavelmente já atingiu mais nações.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou em novembro a aplicação da vacina Pfizer-BioNTech para crianças de 5 a 11 anos, uma faixa etária que registra aumento nas infecções no continente.
Esta é uma versão adaptada com dose menor que a habitual e com frasco pediátrico com tampa laranja para distingui-lo das tampas de cor violeta usadas em pacientes mais velhos.
A vacinação das crianças já começou em vários países, como Estados Unidos, Dinamarca, algumas regiões da Áustria, Bolívia ou Chile, neste último caso a partir dos 3 anos.
Nos Estados Unidos, primeiro grande país a ampliar a vacinação para os pequenos, mais cinco milhões de crianças já foram imunizadas.
Manter as escolas abertas
Na Grécia, o ministro da Educação, Niki Kerameus, foi um dos primeiros a levar o filho ao hospital para receber a vacina. O país já tem mais de 30.000 agendamentos para a aplicação das doses em crianças.
A procura também é intensa na Alemanha, afirmou o médico Jakob Maske, porta-voz da Associação Alemã de Pediatras.
Maske, no entanto, considera que a vacinação das crianças não será um grande pontos de inflexão na luta contra a quarta onda da covid-19 na Alemanha.
"A faixa de 5 a 11 anos de idade representa apenas 3% da população alemã", disse à AFP.
Mas para o diretor da Associação de Professores da Alemanha, Heinz-Peter Meidinger, a vacinação "aumenta significativamente a possibilidade de manter as escolas abertas".
Outros países europeus, como Itália, Polônia, Portugal, República Tcheca, Chipre ou as nações bálticas, iniciarão campanhas similares nos próximos dias. Alguns ainda debatem o que deve ser feito.
A França aprovou a vacinação apenas para crianças com risco de desenvolver uma forma grave da doença, mas o governo cogita expandir a medida para todos voluntariamente.
A Suíça tem a aprovação da agência reguladora, mas provavelmente a campanha só começará em janeiro. Bélgica e Reino Unido aguardam as recomendações de suas agências reguladoras.
Fonte: France Presse
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