O salário dos trabalhadores está perdendo valor em 2021. Segundo boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 70,1% das negociações de acordos e convenções coletivas realizadas no país em outubro resultaram em reajustes abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até a data-base. Entre janeiro e outubro, o índice foi de 51,5%.
Entre os setores que conseguiram reajuste nulo (zero a zero) estão construção civil; papel, papelão, celulose e embalagens; energia elétrica e utilidade pública. Em outubro, nenhuma atividade profissional registrou reajuste positivo (veja tabela abaixo).
Segundo Hélio Zylberstajn, professor sênior da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), a inflação no país está tão alta que, por mais que o trabalhador consiga um reajuste salarial, está cada vez mais difícil chegar a um percentual suficiente para alcançá-la.
"A perda salarial durante as negociações se deve a dois fatores: a desocupação que tira o poder de barganha do trabalhador e a inflação que corrói os salários. É o pior dos mundos", explica o professor, que coordena o boletim.
Em outubro, o reajuste mediano negociado foi de 9%, enquanto o INPC no acumulado de 12 meses ficou em 10,8%. O piso salarial mediano foi de R$ 1.418 em outubro, enquanto o piso médio foi de R$ 1.478.
Fonte: g1
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