"Surtei por descaso da Gol. Uma mãe cansada, com bebê de 5 meses, chorando, sem leite, sem fralda, sem comer, esperando por sete horas em um aeroporto, sem notícias. Qualquer mãe faria o mesmo no meu lugar".
O desabafo é da mineira Kênia Leandra da Silva Lopes, de 39 anos, que ficou "famosa" depois que um vídeo viralizou nas redes sociais durante o feriado. Nas imagens (veja acima), ela aparece ao lado do marido, o comerciante Alexandre Wagner de Almeida Lopes, gritando e quebrando um guichê da companhia aérea no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na segunda-feira (1º).
A analista conversou com o g1 nesta quarta-feira (3), querendo trazer sua versão dos fatos. E contou que a confusão começou após o cancelamento do voo por conta da impossibilidade de o avião pousar no Aeroporto de Confins, devido à forte chuva que caiu na cidade, na segunda-feira. A família queria voltar para casa, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Kênia contou que, após o avião sobrevoar por mais de 20 minutos o Aeroporto de Confins, os passageiros foram informados que iriam voltar para São Paulo, já que as condições para pouso não eram seguras.
Após o retorno para Guarulhos, a analista disse que eles ficaram por três horas dentro da aeronave, sem alimentação, aguardando informações.
"Avião cheio, quente, tinha idosos e crianças no voo, meu filho começou a chorar, eles só ofereciam água para gente. O leite e fraldas da mala de mão acabaram e eles não autorizaram que eu pegasse a bagagem, só liberaram os passageiros saírem do avião quando ligamos para polícia e Anac", disse.
Ela disse ainda que os atendentes da Gol não sabiam passar informações, "nada era oferecido e ninguém sabia como proceder".
'Óbvio que erramos, mas estávamos exaustos'
Segundo ela, como já era madrugada, todos os passageiros estavam cansados, o bebê dela chorava muito e eles não tinham informações do que fazer. Por isso, ela e o marido tiveram um "ataque de fúria".
"Já era de madrugada, mais de sete horas de espera, todos cansados, ver meu filho que sonhei tanto para tê-lo, naquela situação, sem ninguém para nos dar um norte, surtei, surtamos. Gritei, quebrei o acrílico, meu marido viu a cena e também descontrolou e quebrou os outros. Óbvio que erramos e vamos pagar pelo prejuízo, mas estávamos exaustos com o descaso", disse.
No vídeo é possível ouvir Kênia dizendo aos atendentes que demorou 16 anos para conseguir ter o filho. "Eu gastei R$ 50 mil. Se esse menino adoecer por acontecer alguma coisa com ele, eu juro que eu mato. Coloca meu filho em um hotel".
Na manhã desta quarta-feira, ela estava em uma consulta médica com o filho, que estava com febre.
De acordo com Kênia, ela e o marido terão que pagar cerca de R$ 5 mil de prejuízo da quebra dos guichês e de uma impressora da companhia área.
Impedidos de embarcar
Depois da confusão, a família foi levada para um hotel localizado a 1h30 do aeroporto de Guarulhos e o voo para BH foi remarcado para a tarde do dia seguinte.
Mas, segundo Kênia, quando eles chegaram para embarcar, foram impedidos por quatro atendentes da Gol, que disseram: "A Gol não aceita vocês no voo, vocês vão em outra companhia".
"Ficamos constrangidos, os quatro atendentes nos abordaram perto de outras pessoas, tivemos que embarcar na Latam", contou.
O casal registrou um boletim de ocorrência contra a companhia e diz que vai entrar na Justiça.
"Sofremos demais, vamos procurar nossos direitos por tudo que passamos. Total descaso e falta de respeito", disse.
O g1 Minas procurou a Gol para saber mais detalhes do ocorrido. A companhia enviou o seguinte posicionamento nesta quarta-feira:
"A GOL informa que, após a decolagem na noite de segunda-feira (1), o voo G3 1324 (Guarulhos - Confins) precisou retornar ao Aeroporto de Guarulhos por conta das condições meteorológicas adversas em Confins. A Companhia ressalta que ofereceu o suporte necessário a todos os Clientes com alimentação e acomodação em hotéis na região metropolitana de São Paulo onde havia disponibilidade de quartos para seguirem viagem em voos programados para a terça-feira (2). Alguns Clientes, por motivo de segurança, seguiram em voos de outras companhias para Confins. A GOL reforça que todos os procedimentos adotados a partir da necessidade de retorno à base de Guarulhos foram realizados com foco na Segurança, valor número 1 da Companhia".
Fonte: g1
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