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domingo, novembro 21, 2021

PSDB oficializa vice-governador Rodrigo Garcia como candidato ao governo de São Paulo em 2022

O PSDB oficializou neste domingo (21) o vice-governador Rodrigo Garcia como candidato do partido ao governo de São Paulo. A homologação ocorreu em reunião da Comissão Executiva do partido.


Presidente do PSDB Bruno Araújo, os governadores João Doria e Eduardo Leite e o prefeito Arthur Virgílio durante prévias do PSDB para Presidente da República, em Brasília, neste domingo, 21. — Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo


A decisão ocorre em meio às prévias do partido que vão definir o candidato da sigla à Presidência da República, em 2022. A disputa está entre os governadores João Doria e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. Doria poderia disputar a reeleição como governador de São Paulo, mas optou por tentar o Palácio do Planalto.


Rodrigo Garcia saiu do Democratas (DEM) em maio deste ano, quando também se filiou ao partido de Doria. Garcia tem 47 anos, é casado e pai de três filhos, e estava no DEM desde os 21 anos.


Rodrigo Garcia filia-se ao PSDB — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1


Na ocasião da filiação, o vice-governador negou que tivesse se filiado ao PSDB com a intenção de ser candidato a governador do estado em 2022.


"Minha vinda para o PSDB é muito natural, uma migração em que deixo muitos amigos do DEM. Aprendi com o ex-governador Geraldo Alckmin que ano par a gente fala de eleição, ano ímpar a gente trabalha. Nesse momento não é isso que está sendo discutido. Quando chegar o momento de discutir, vou me submeter às regras do partido", disse Rodrigo Garcia.


A mudança de partido foi classificada pelo presidente nacional do DEM, ACM Neto, como uma "inexplicável imposição" de Doria a Garcia. Em sua conta no Twitter, Neto também disse que a atitude do governador paulista é "desagregadora".


"A mudança do vice-governador Rodrigo Garcia para o PSDB é fruto de uma inexplicável imposição estabelecida pelo governador de São Paulo, João Doria, cuja inabilidade política tem lhe rendido altíssima rejeição e afastado os seus aliados. A postura desagregadora do governador de São Paulo amplia o seu isolamento político, e reforça a percepção do seu despreparo para liderar um projeto nacional", afirmou.


E emendou: "O momento pede grandeza e compromisso dos homens públicos com o país. Não é hora de dividir, mas de agregar. O Democratas defende a união de forças, e que se deixem os interesses pessoais de lado. Certos de que o PSDB possui lideranças e quadros nacionais que são capazes de colocar os objetivos comuns e os sonhos para o futuro do Brasil à frente de projetos pessoais, o Democratas espera preservar a longa história de parcerias construída com o partido".


No evento de filiação, Doria respondeu ao democrata dizendo que agora não é "hora de ressentimentos" e negou que tenha havia alguma imposição para que o vice trocasse de legenda. "É hora de compreensão e união, para o enfrentamento que teremos hoje e num futuro próximo, precisamos estar unidos. Somados, não divididos."



"Rodrigo Garcia não recebeu nenhuma imposição de nenhuma ordem, de nenhuma espécie para ingressar no PSDB. Exatamente por nossa capacidade agregadora que ele veio para o PSDB, para somar forças. Compreendo a posição do presidente nacional do DEM, o perdoo por essa posição, mas em breve ele vai saber o valor da união e da agregação para que juntos possamos encontrar o melhor caminho para o Brasil", afirmou o governador.


Vice-governador de SP deixa DEM para se filiar ao PSDB — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1


Racha tucano

Lideranças históricas do PSDB Paulista como os ex-governadores Geraldo Alckmin e José Serra, e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, não estiveram presentes na filiação de Garcia ao PSDB.


A ausência deles expõe o racha dentro do partido, que enfrenta mais uma disputa eleitoral interna.


O grupo liderado por João Doria quer que Rodrigo Garcia seja o cabeça de chapa da eleição em SP em 2022, mas enfrenta resistência do grupo de Geraldo Alckmin, que deseja retornar ao Palácio dos Bandeirantes e disputar uma nova eleição para governador de São Paulo. 


Alckmin já foi governador paulista por três mandatos, entre os anos de 2001 e 2006 e também de 2011 a 2018. Também foi o responsável pelo crescimento de Doria no partido, quando, em 2016, lançou o então aliado como candidato a prefeito de São Paulo contrariando caciques tucanos.



O presidente municipal do PSDB, Fernando Alfredo, disse que, por ora, não há candidaturas postas entre os tucanos com vistas para o governo paulista em 2022. Mas ele admitiu que Garcia e Alckmin têm se encontrado com as bancadas de deputados e vereadores do partido para pavimentar possíveis pré-candidaturas no próximo ano. 


Alfredo defendeu também a realização de prévias no PSDB paulista para definir o próximo candidato ao Palácio dos Bandeirantes e resolver a cisão.


"O governador Geraldo Alckmin tem tomado café com várias lideranças toda semana, inclusive comigo. Ontem fizemos um jantar com a executiva municipal e a bancada de vereadores com o Rodrigo Garcia e hoje o Geraldo recebeu a bancada. Se tiver dois, três ou quatro candidatos, o instrumento de decisão é as prévias. O problema é que nem Geraldo Alckmin diz ainda que é candidato a governador, nem Rodrigo Garcia. Na hora que as candidaturas tiverem postas, o partido vai usar as prévias pra definir", declarou.


Histórico de Rodrigo Garcia

Filiado ao DEM desde 1994, quando o partido ainda se chamava PFL, Garcia foi secretário de Alckmin em vários momentos, tendo ocupado as pastas do Desenvolvimento Social, do Desenvolvimento Econômico e também a Secretaria Estadual da Habitação.



Nascido na cidade de Tanabi, no interior de São Paulo, Garcia foi eleito vice-governador paulista em 2018 na chapa encabeçada por João Doria. Além do posto de vice, ele também ocupa a Secretaria de Governo, sendo responsável pela articulação política da atual gestão, fazendo contato direto com deputados estaduais e prefeitos paulistas para a aprovação de projetos de lei e liberação de verbas. 


Fonte: g1

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