Em um ano, a produção de petróleo realizada por pequenos operadores no Rio Grande do Norte aumentou 300%. Saltou de 4 mil barris de petróleo equivalente/dia (bpe/d), em 2019, para 16 mil bpe/d, em 2020.
O balanço foi apresentado pelo secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Rafael Bastos, durante o VI Fórum Onshore Potiguar, realizado nesta quinta-feira (25), em Mossoró, no Oeste potiguar.
Os chamados produtores independentes, que operam campos maduros comprados da Petrobras, respondem por 43,2% da produção do Estado, atualmente em 37 mil bpe/d em 70 campos - a grande maioria em terra (onshore).
Esse desempenho faz do Rio Grande do Norte, segundo Bastos, o maior produtor de petróleo em terra no Brasil, e o quarto em produção nacional, se somados petróleo e gás.
“Também é digno de destaque que, dos 52 pedidos à ANP de redução de royalties para até 5% por empresas de pequeno porte, 39 pedidos provêm do Rio Grande do Norte”, disse o secretário. Essa medida, segundo ele, representa investimentos adicionais, com aumento da vida útil pelo fator de recuperação dos campos produtores, manutenção da indústria de bens e serviços e empregos locais.
De acordo com o presidente da Redepetro RN, Gutemberg Dias, os resultados das novas empresas operadoras no RN só não gerou crescimento real na produção total da bacia potiguar, porque na contramão dos novos investidores, a Petrobras vem diminuindo a produção dela.
"A Potiguar E&P aumentou em 78% a produção no campo deles, por exemplo. Mas a medida que esses campos estão aumentando a produção, a Petrobras está diminuindo a produção dela. Dos 37 mil barris produzidos atualmente, a Petrobras ainda detém cerca de 21 mil. Mas se você olhar esses campos da Petrobras, eles vêm caindo a produção mês a mês. A gente está enxergando que, com a venda dos ativos da Petrobras haja o aumento no geral", afirmou.
De acordo com ele, as empresas que já compraram campos maduros da Petrobras pretendem investir cerca de R$ 1,5 bilhão nos próximos dois anos e pretendem alcançar produções equivalentes a 70 mil barris por dia nas próximas décadas.
Como consequência para o estado, os empresários afirmam que há geração de empregos - cerca de 20 mil atualmente, somente entre as associadas - além de pagamento de impostos e circulação de renda.
Royalties
A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (ABPIP)afirmou que somente dos associados - seis das 11 empresas em operação no RN - houve recolhimento de royalties de cerca de R$ 181 milhões em 2021, até setembro passado.
“Além disso, foi pago o montante de R$ 17,5 em milhões em participação pela produção aos proprietários de terras produtoras, no mesmo período. Isso corrobora a importância da operação dessas empresas para a construção de novo ciclo de desenvolvimento regional, com geração de emprego e renda decorrentes dessas atividades”, disse o secretário executivo da ABPIP, Anabal Santos Júnior.
Realizado pela associação Redepetro RN e Sebrae RN, VI Fórum Onshore Potiguar celebrou outras recentes conquistas do onshore. Entre elas, o acesso ao sistema de escoamento da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) Guamaré e de contratos de venda, como 236 mil m³ por dia de gás natural pela Potiguar E&P (subsidiária da Petroreconcavo) à Companhia Potiguar de Gás (Potigás), a partir de 2022.
Ainda no evento, Mossoró foi declarada Capital do Onshore Potiguar, pela lei estadual nº 1.123/21.
Licenciamento ambiental
Entre os desafios, os empresários ainda reclamam da lentidão nos processos de licenciamento ambiental do RN. “Só não produzimos mais gás por limitações de licenciamento”, avisa Marcelo Magalhães, da Potiguar E&P. “Que se mantenha a defesa ambiental, mas com mais agilidade nas licenças”, defende Ricardo Savini, da 3R Petroleum.
Gutemberg Dias considerou que as empresas não querem mudança nas exigências da legislação, mas que o estado reveja os processos dos órgãos de licenciamento para acelerar o atendimento às demandas.
Fonte: g1
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