Carlos Lupi, presidente do PDT, partido que deu 15 votos na aprovação da PEC dos Precatórios em primeiro turno na Câmara, afirmou que a legenda vai reverter esses votos e que Ciro Gomes será candidato na disputa a Presidência da República em 2022.
"Estamos conversando com cada parlamentar, e tenho certeza de que, até terça-feira, vamos convencer se não todos, a esmagadora maioria", declarou.
Questionado se Ciro Gomes vai manter a candidatura - ele suspendeu a pré-candidatura em resposta à posição dos deputados do PDT -, ele disse:
"A candidatura do Ciro não pertence a ele, pertence a uma instituição. Ele teve uma bela votação na última eleição. É o único homem que apresenta um projeto desenvolvimentista para o Brasil. O que o Ciro fez, legitimamente, foi suspender suas atividades como candidato até o segundo turno, para dialogar, conversar com os deputados. Tenho certeza de que isso vai se arrumar e até terça-feira teremos uma mudança."
A decisão de Ciro levantou diferentes leituras no meio político: 1) de que está pressionando os deputados para conseguir a reversão da matéria na votação do segundo turno na terça-feira; 2) de que prepara já o terreno para desistir da candidatura, num contexto de dificuldade para crescer nas pesquisas em razão da fragmentação da terceira via.
Lupi nega.
"O que o PT quer é que Ciro não seja candidato, mas sua candidatura é irreversível. Vamos continuar trilhando o caminho da candidatura dele. Quem sabe, no segundo turno, o PT não apoia o Ciro?"
Sobre a PEC, o presidente do PDT disse que ela é "muito grave" para o Brasil. "Não só pelo evidente calote nos Precatórios, mas também porque dá um cheque em branco a um governo desqualificado. O presidente da Câmara exerceu a função de um líder de governo", declarou em relação a Arthur Lira.
O pedetista nega que os deputados tenham resolvido votar com o governo e Lira em razão da promessa de emendas.
"No nosso caso específico, o deputado André Figueiredo foi designado a participar dessas conversas e tentou salvar a parte do fundo de participação da educação, já que nessa PEC eles parcelavam em dez vezes o pagamento para a educação dos estados. Diminuímos isso para 3 anos. E isso é legítimo porque não tem a ver com a PEC em si. O que tá em jogo é que o profeta da ignorância que está na Presidência não tem qualquer compromisso com a educação."
Lupi repetiu algo que a oposição tem dito sobre aprovar a PEC dos Precatórios. "E repito: isso é um cheque em branco pra um governo desqualificado. Estamos conversando com os nossos deputados, principalmente com o André Figueiredo, e tenho certeza de que vamos reverter isso."
Fonte: Blog da Julia Duailibi
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