O ex-secretário da Casa Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, ficou em silêncio na sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (4) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN).
Bruno foi convocado para depor na CPI como investigado, mas conseguiu na Justiça um habeas corpus que o deu o direito de permanecer em silêncio e não responder aos questionamentos.
Os deputados apuram a compra frustrada de 300 respiradores por parte do Consórcio Nordeste por R$ 48 milhões, que teve aporte de R$ 4,9 milhões do RN por 30 deles.
"Vou manter o silêncio em todos os temas e não é por temer qualquer autoincriminação, porque eu tenho absoluta segurança de que nada do que eu fiz justificaria qualquer incriminação, mas por orientação da minha defesa técnica ficarei em silêncio a qualquer pergunta que seja feita", justificou o ex-secretário no início da sessão.
O ex-secretário é mais um a ficar calado na CPI. Antes dele, usaram o direito na sessão de quarta-feira (3) os dois donos da Hempcare, empresa que não entregou os respiradores comprados, e o ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas.
Bruno Dauster pediu exoneração do governo da Bahia logo após a Operação Ragnarok, que investiga a compra frustrada dos respiradores pulmonares pelo Consórcio Nordeste. A operação levou à prisão dos donos da Hempcare no ano passado.
O caso está sendo investigado pela policia e essa foi uma das justificativas para que o ex-secretário não respondesse nenhuma pergunta dos deputados potiguares.
"Sempre houve por parte de Bruno a intenção de colaborar com as investigações No entanto, o que hoje nos faz ficar em silêncio é entender que os esclarecimentos já foram prestados e que essa investigação hoje está em sigilo e corre no âmbito do Superior Tribunal de Justiça", disse Marcelo Marambaia, advogado do investigado.
A CPI também convocou para a sessão desta quinta-feira o irmão do ex-secretário, Jório Dauster, mas ele justificou conflito de agendas e o depoimento foi reagendado para o dia 11 de novembro.
“Ele enviou comprovante de sua participação em reunião do conselho administrativo da empresa que faz parte”, explicou o presidente da CPI, Kelps Lima.
O terceiro a falar seria o prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva (PT), que explicaria o recebimento de R$ 4 milhões referentes a 30 respiradores da empresa Hempcare. O prefeito foi intimado, mas não atendeu ligações e e-mails e foi aprovado requerimento à Justiça para autorizar a condução coercitiva do político.
Porém, durante a sessão, o relator Francisco do PT recebeu uma liminar da desembargadora Zeneide Bezerra suspendendo a participação do prefeito na CPI.
“Decidimos que esperaríamos o comparecimento do prefeito e, em caso de não comparecimento, foi comunicado que ingressaríamos na Justiça para que seja feita a condução coercitiva de Edinho Silva, que teve atitude desrespeitosa. Ele optou pelo desdém, pelo descaso”, disse o presidente da CPI.
Fonte: g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!