O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (15) que espera, dentro de "pouquíssimas semanas", se "casar ou desfazer o noivado" com o PL.
O presidente falou com a imprensa na saída da Expo 2020, em Dubai. Este é o terceiro dia da viagem oficial ao Oriente Médio.
"Eu espero em pouquíssimas semanas, duas, três, no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas eu acho que tem tudo para a gente casar e ser feliz", disse o presidente.
Na semana passada, o PL havia anunciado que o presidente se filiaria ao partido. E marcou a data do ato de filiação para o dia 22 deste mês.
A ida de Bolsonaro para o partido começou a ficar indefinida neste domingo (14), quando o próprio presidente falou para jornalistas, em uma feira de aviação em Dubai, que ainda tinha pendências para conversar com Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Depois, o PL e Valdemar divulgaram nota informando que a filiação não ocorreria mais no dia 22 e que não havia uma nova data marcada. O partido revelou que Bolsonaro e Valdemar tiveram "intensa troca de mensagens" na madrugada de sábado para domingo.
Nesta segunda, Bolsonaro voltou a dizer, como fez na véspera, que as principais pendências a serem resolvidas com o PL são o apoio do partido na eleição estadual de São Paulo e o comprometimento de Valdemar e da sigla com a pauta conservadora defendida pelo presidente.
"O que acontece: alguns estados, que para mim, para a possível eleição, se eu vier a ser candidato, são vitais, como São Paulo. Ele tem um compromisso em São Paulo, que tem mais de 30 milhões de eleitores", detalhou o presidente.
Sobre a pauta conservadora, Bolsonaro diz que quer ver Valdemar defendendo esses temas no ato de filiação.
"E temos um patrimônio muito grande. Falei, mandei mensagem para o Valdemar Costa Neto. Temos bandeiras que não sou eu falando no dia da filiação. Quero que ele também fale. Nós dois devemos estar afinados", afirmou o presidente.
Reação negativa
De acordo com o blog da Andréia Sadi, Bolsonaro resolveu suspender a filiação ao PL após a repercussão negativa da união com o partido nas redes sociais - na mesma semana em que o ex-ministro Sergio Moro discursou, durante filiação ao Podemos, ressaltando o combate à corrupção como prioridade para uma eventual candidatura à Presidência da República.
O PL é um dos principais partidos do grupo informal da Câmara conhecido como Centrão, com o qual Bolsonaro se aliou e de quem depende para aprovar projetos de interesse do governo e se sustentar politicamente.
Nesse grupo, Valdemar é um dos políticos historicamente mais influentes. Em 2012, Valdemar foi condenado no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele foi preso em 2013 e em 2014 passou a cumprir prisão domiciliar. Dois anos depois, em 2016, o ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu perdão da pena e determinou a soltura. Na ocasião, a decisão seguiu parecer da Procuradoria Geral da República (PGR).
Fonte: g1
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