A votação de um conjunto de orientações sobre o tratamento de pacientes de Covid-19 terminou em empate no colegiado da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão consultivo do Ministério da Saúde.
O grupo se reuniu nesta quinta-feira (21) para votar como deve ser o cuidado de pacientes fora dos hospitais e as diretrizes tratavam, entre outros pontos, de um novo posicionamento contra os remédios do chamado "kit Covid".
O resultado, confirmado pelo g1, foi inicialmente divulgado pela Rádio CBN, que detalhou que o resultado ficou em 6 a 6, sendo que cinco votos contrários foram de representantes do ministério e outro do representante do Conselho Federal de Medicina (CFM).
As diretrizes foram elaboradas por um grupo de especialistas que auxilia o Ministério da saúde na análise de medicamentos e tecnologias. O convite para a análise do tema foi feito pelo próprio ministro Marcelo Queiroga após ele ser cobrado de que o Brasil não tinha protocolo nacional para tratar a doença.
Após o convite de Queiroga, primeiro os especialistas analisaram o uso da cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid-19 para pacientes hospitalizados. O parecer foi contra o uso, nos hospitais, de medicamentos sem eficácia comprovada contra o Sars-Cov-2.
Após essa primeira etapa, o grupo passou então à análise dos protocolos para pessoas que não precisaram de internação.
Contra mesmo fora dos hospitais
De acordo com a colunista Julia Duailibi, o mesmo posicionamento contrário ao uso se repetiu no estudo sobre como tratar a Covid ambiente ambulatorial, ou seja, para pessoas que tiveram casos leves e que não precisaram ser internadas ou hospitalizadas.
O parecer contrário foi apontado por membros da CPI da Covid como motivo para adiamento da votação. Isso porque, na reunião do Conitec realizada em 6 e 7 de outubro, um dos membros do colegiado pediu a retirada de pauta da análise das diretrizes para o tratamento ambulatorial argumentando que novos estudos deveriam ser analisados e incorporados ao parecer do grupo.
Próximos passos
Agora, depois do empate, o relatório segue para consulta pública. De acordo com nota divulgada pela Anvisa, somente após a consulta e nova votação o documento será liberado para análise final.
"Importante esclarecer que, independentemente da votação, o relatório vai para consulta pública para participação da sociedade e posterior votação para deliberação final", informou a Anvisa.
Sem voto da Anvisa
Em nota, a Anvisa esclareceu que não teve a oportunidade de votar porque o representante da agência que acompanhava a votação de modo remoto precisou de ausentar por algumas horas para pegar um voo. Durante esse intervalo, a votação foi feita.
"Até a hora, em que o membro da Anvisa saiu da reunião, não havia sido definido o horário da votação do relatório", disse a Anvisa em nota. "Ao chegar em Brasília às 14h20, o representante entrou na plataforma da reunião e percebeu que esta havia sido finalizada e que o relatório com diretrizes do tratamento ambulatorial da Covid-19 já havia sido votado", esclareceu a Anvisa.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!