O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, decidiu nesta quarta-feira (27) retirar provisoriamente da lista de eleitores das prévias presidenciais os nomes de 92 prefeitos e vice-prefeitos paulistas, aliados do governador João Doria. O partido vai apurar se as datas de filiações desses políticos foram fraudadas.
Araújo também determinou que a comissão das prévias analise as filiações caso a caso. Todavia, essa decisão precisa ser validada pela cúpula do partido numa reunião marcada para esta quinta-feira (28). O diretório estadual do PSDB em São Paulo negou as irregularidades na filiação.
Apoiadores do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, acusam o diretório de São Paulo de fraudar a data das novas filiações para permitir que os aliados de Doria pudessem votar nas prévias que definirão o candidato do partido à Presidência da República.
A denúncia foi apresentada à direção nacional do partido pelos diretórios de Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e Minas Gerais. Todos já declaram apoio a Leite.
Nesta quarta-feira (27), o presidente estadual do partido em São Paulo, Marco Vinholi, afirmou que a acusação é "absurda". Vinholi também é secretário de Desenvolvimento Regional da gestão Doria.
"Completo absurdo dessa denúncia. Denúncia que tem como meta fundamental cercear o direito desses novos filiados de votar nas prévias nesse momento.[...] Momento de avanço de João Doria, que corresponde à grande maioria do partido no Brasil. Essa eleição será definida no voto e nunca no tapetão", disse em coletiva de imprensa.
As regras internas do partido determinam que apenas filiados até o dia 31 de maio podem votar. Os apoiadores de Leite, no entanto, dizem que foi feita uma "filiação em bloco" em São Paulo após o dia limite, e que as fichas foram alteradas para apresentar datas retroativas.
Vinholi argumenta que o número de filiações é compatível ao crescimento do partido no estado nos últimos anos. Segundo o presidente, também houve uma grande leva de novas filiações após a vinda do vice-governador Rodrigo Garcia do DEM para o PSDB.
"Em 2020 nós fizemos 82 filiações de mandatários do PSDB. Em 2021, 108 filiações. Portanto, algo que é comum no partido em São Paulo. Um partido que cresce a cada ano, que se consolidou aqui em São Paulo, e que tem essas filiações como algo corriqueiro", disse Vinholi.
"Dezenas de outros prefeitos também vieram no bojo da vinda do Rodrigo Garcia. E dois dias depois, houve o falecimento do prefeito Bruno Covas. O partido entrou em luto e ficamos 60 dias sem nenhum evento no partido. E no dia 14 de julho fizemos o anúncio das filiações que tinha sido feitas no bojo da filiação do vice-governador Rodrigo Garcia", completou.
Fonte: G1
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