Após autorização da Suprema Corte dos Estados Unidos, o estado de Oklahoma executou nesta quinta-feira (28) pela primeira vez em seis anos um condenado a morte por meio da injeção letal — medida controversa devido ao coquetel ter causado dores excruciantes aos condenados em outros episódios (leia mais no fim da reportagem).
John Grant, um afro-americano de 60 anos, tinha sido condenado à morte pelo assassinato de um trabalhador da prisão. Sua morte foi causada pela administração de uma combinação de três substâncias que, após vários problemas em execuções nos anos de 2014 e 2015, levou o estado a suspender temporariamente a aplicação da pena.
Em 2020, as autoridades locais concluíram um novo protocolo e marcaram várias datas para a aplicação das penas em 2021, começando por Grant.
"O protocolo comprovou ser humano e eficaz", afirmou o serviço penitenciário de Oklahoma em comunicado.
No entanto, para o advogado do condenado, Dale Baich, ainda há "sérias dúvidas" sobre o sofrimento causado pelo coquetel letal e sua conformidade com a Constituição, que proíbe as "penas cruéis ou incomuns".
Na quarta-feira, um tribunal de apelação decidiu em favor de Grant e suspendeu a execução, mas as autoridades de Oklahoma recorreram imediatamente à Suprema Corte, que anulou a decisão nesta quinta.
Sem explicar os motivos, a mais alta corte americana deu luz verde à execução. Seus três juízes da ala progressista discordaram da maioria conservadora.
Entenda o problema dessa injeção letal
Erros na administração e supervisão do suprimento de drogas usadas nos procedimentos foram os fatores que levaram a problemas nas duas últimas execuções do estado.
A primeira delas foi em abril de 2014, na penitenciária estadual na cidade de McAlester. Um prisioneiro, Clayton Lockett, pareceu gemer e lutar durante a execução, que durou 43 minutos. Médicos concluíram que ele não havia sido completamente sedado: Lockett recuperou a consciência durante o processo e se contorceu de dor antes de morrer — por um longo tempo após testemunhas, incluindo a imprensa, serem escoltadas da sala de observação da câmara de execução, disse o "The New York Times".
Depois, em janeiro de 2015, Charles Warner foi executado em um procedimento que durou 18 minutos, no qual funcionários usaram a droga errada para parar seu coração: acetato de potássio em vez de cloreto de potássio.
A mesma droga quase foi usada em um segundo prisioneiro, Richard Glossip, mas, duas horas antes de sua execução, os funcionários da prisão perceberam que a droga errada havia sido enviada pela segunda vez.
O caso levou as autoridades estaduais a suspenderem todas as execuções em Oklahoma até que os procedimentos de pena de morte do estado pudessem ser revistos. A decisão, depois, foi apoiada por um juiz federal no estado.
Fonte: G1
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