O jornal "The Wall Street Journal" publicou neste domingo (17) uma reportagem que evidencia, mais uma vez, a omissão do Facebook quanto a conteúdos de ódio e violência excessiva. Mark Zuckerberg é CEO do Facebook, que integra um grupo também formado por WhatsApp e Instagram.
Segundo documentos internos a que o jornal teve acesso, a rede social apaga poucas postagens que violam as regras por discurso de ódio e tampouco pune os autores desses conteúdos.
A reportagem diz ainda que a inteligência artificial do Facebook não é capaz de detectar conteúdos impróprios, que continuam publicados na plataforma.
O jornal afirma que, quando o algoritmo da rede social não tem certeza de que o conteúdo viola as regras, ele opta por mostrar o conteúdo com menos frequência aos usuários da rede social.
Apesar disso, os documentos a que o jornal teve acesso mostram que a rede social decidiu há dois anos diminuir o tempo em que os revisores humanos se dedicavam a analisar denúncias de discurso de ódio e tomou medidas para reduzir também as reclamações dessa categoria.
As informações apuradas pelo jornal contrastam com afirmações de executivos do Facebook de que a inteligência artificial resolveria esses problemas da empresa.
Em nota publicada neste domingo (17), o vice-presidente de integridade do Facebook, Guy Rosen, diz que a rede social foca em reduzir a quantidade de vezes que esse conteúdo é visto pelos usuários e que a tecnologia tem tido um impacto no combate ao discurso de ódio.
Ainda de acordo com Rosen, a rede social utiliza tecnologia para detectar esses conteúdos de forma proativa, encaminhá-los para os revisores e, por fim, apagá-los do Facebook.
"Dados extraídos de documentos que vazaram estão sendo usados para criar uma narrativa de que a tecnologia que usamos para combater o discurso de ódio é inadequada e que representamos erroneamente nosso progresso. Isso não é verdade", diz a nota.
"Não queremos ver ódio em nossa plataforma, nem nossos usuários ou anunciantes, e somos transparentes sobre nosso trabalho para removê-lo. O que esses documentos demonstram é que nosso trabalho de integridade é uma jornada de vários anos. Embora nunca sejamos perfeitos, nossas equipes trabalham continuamente para desenvolver nossos sistemas, identificar problemas e criar soluções."
Declarações de Frances Haugen
A reportagem do "The Wall Street Journal" foi publicada em um mês já bastante conturbado para a rede social. Em 4 de outubro, a empresa sofreu um apagão, quando Facebook, WhatsApp e Instagram ficaram fora do ar por seis horas em uma pane global. Também naquele dia Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook, disse que a empresa coloca lucros acima da segurança, esconde informação e tem ciência de que as redes sociais podem ser perigosas para crianças.
"Eles querem que você acredite entre ter uma rede social cheia de conteúdo polarizador ou liberdade de expressão".
"O Facebook percebeu que se mudar o algoritmo para ser mais seguro, as pessoas vão passar menos tempo no site, vão clicar em menos anúncios, e eles vão ganhar menos dinheiro."
O que diz o Facebook
Em resposta, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, publicou na rede social que a organização se preocupa "profundamente com questões como segurança, bem-estar e saúde mental" e disse que há uma "falsa imagem que está sendo pintada da empresa".
Ele também declarou não ser verdade que o Facebook prioriza o lucro em vez da segurança e bem-estar dos seus usuários. "Isso simplesmente não é verdade", escreveu.
Fonte: G1
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