O Rio Grande do Norte não conseguiu cumprir as metas de cobertura de nenhuma das vacinas voltadas às crianças com até 1 ano de idade, entre janeiro e agosto de 2021. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.
A BCG, que previne a tuberculose, não foi aplicada em 40% das crianças com até 1 ano de idade. Ela faz parte da lista de nove imunizantes que protegem os pequenos de diferentes doenças e fazem parte do calendário vacinal infantil. É o caso também da vacina do rotavírus, da pentavalente, da tríplice viral, hepatites A e B, poliomielite, entre outras.
Na maioria das campanhas, a meta de cobertura é de 95%, porém, nenhuma delas chegou sequer a 70% até agosto deste ano.
Dos 167 municípios potiguares, apenas 15 conseguiram alcançar as metas de cobertura em pelo menos três vacinas. No mesmo período, em 2020, pelo menos 42 cidades tinham conseguido alcançar essa cobertura. Ainda assim, os percentuais do estado são melhores que os apresentados em agosto de 2020, quando praticamente metade das crianças nascidas vivas não tinham tomado as vacinas.
Para a bióloga Iraci Nestor, técnica do programa de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde, um dos motivos para a baixa vacinação pode ser a pandemia da Covid-19, mas esse não seria o único problema.
Tanto que o estado já não vinha alcançando as metas de vacinação pelo menos desde 2015. Naquele ano, apenas a BCG alcançou a meta. Em 2016, 2017 e 2019, nenhuma das vacinas chegou à cobertura prevista pelo Ministério da Saúde.
"A pandemia afastou as pessoas das unidades básicas de saúde, mas também temos uma falsa sensação de segurança. Como as pessoas não vêem a ocorrência de algumas dessas doenças, acham que não precisam vacinar as crianças. Mas justamente a falta de vacina pode fazer essas doenças ressurgirem", afirma Iraci.
A técnica ainda ressalta que alguns municípios têm reclamado do cadastro online, no sistema do Ministério da Saúde, que também estaria dificultando o cadastro da vacinação. Mas ela considera que o principal desafio é sensibilizar a população.
Em outubro, o estado vai integrar a Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente 2021. De acordo com ela, um dos objetivos será incentivar a população a voltar às unidades de saúde.
Calendário e doenças prevenidas por cada vacina
Ao nascer
BCG – (previne as formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea)
Hepatite B–(previne a hepatite B)
2 meses
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) - 1ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) (previne a poliomielite) – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne a pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1ª dose
Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) – 1ª dose
3 meses
Meningocócica C (conjugada) - (previne Doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – 1ª dose
4 meses
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) – 2ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) (previne a poliomielite) – 2ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 2ª dose
Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) – 2ª dose
5 meses
Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – 2ª dose
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) – 3ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) - (previne poliomielite) – 3ª dose
12 meses
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) - (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – Reforço
Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – Reforço
Fonte: G1
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