A última edição do Boletim Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (11), apontou que o Brasil alcançou o melhor cenário na taxa de ocupações de leitos destinados ao tratamento da doença desde outubro de 2020, com todos os estados com números de ocupação abaixo de 80%.
Segundo o levantamento, é a primeira vez que não há estados com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS iguais ou superiores a 80%. Ao todo, são 14 estados com taxas de ocupação de leitos inferiores a 50%.
Atualmente, apenas cinco estados estão na zona de alerta intermediário, com taxas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80% de ocupação de leitos. No último boletim divulgado pela Fiocruz, em julho, todos os estado estavam com suas taxas de ocupação abaixo de 90%.
Dois desses estados só estão nessa faixa de risco por conta da redução de leitos destinados à doença, o que já vem ocorrendo em diversos locais.
A análise constatou ainda que o número de óbitos reduziu 1,1% em relação à semana anterior. A incidência de novos casos, ao mesmo tempo, diminuiu 0,8% por dia.
"É o melhor quadro que a gente tem desde que a gente acompanha esse indicador. Nós começamos a fazer isso em junho do ano passado. E desses cinco estado que estão na zona intermediária, a gente percebe que Roraima e Rondônia estão fazendo um gerenciamento de leitos. E esse aumento que teve não foi por conta do aumento do número de casos, mas provavelmente por uma redução do número de leitos, em função da observação que a demanda caiu", disse Margareth Portela, pesquisadora da Fiocruz.
Taxa de ocupação de leitos por estado:
Mato Grosso - 79%
Goiás - 78%
Roraima - 70%
Rio de Janeiro - 67%
Rondônia - 64%
(Fora da zona de alerta)
Acre - 13%
Amazonas - 54%
Pará - 48%
Amapá - 26%
Tocantins - 58%
Maranhão - 52%
Piauí - 48%
Ceará - 47%
Rio Grande do Norte - 34%
Paraíba - 22%
Pernambuco - 41%
Alagoas - 26%
Sergipe - 35%
Bahia - 43%
Minas Gerais - 47%
Espírito Santo - 42%
São Paulo - 46%
Paraná - 59%
Santa Catarina - 56%
Rio Grande do Sul - 57%
Mato Grosso do Sul - 56%
Distrito Federal - 59%
Os pesquisadores responsáveis pelo boletim acreditam que esse resultado positivo é reflexo do avanço da campanha de vacinação em todo o país. Ainda assim, a orientação é manter as medidas de segurança e ter cuidado com aglomerações.
"A gente continua com o vírus circulando, a gente ainda teme o surgimento de variantes, a variante Delta ela tem desafiado muitos países com vacinação em estágio avançado. Então, a gente continua tendo muito cuidado", comentou Margareth Portela.
Situação nas capitais
Apesar dos dados positivos na grande maioria dos estados, a situação de grandes capitais ainda preocupa. No Rio de Janeiro, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados aos pacientes adultos com Covid está em 97%. Em Goiânia, a taxa de ocupação está em 92%.
Capitais na zona de alerta intermediária:
Porto Velho - 63%
Boa Vista - 70%
São Luís - 64%
Curitiba - 65%
Campo Grande - 65%
Cuiabá - 74%
Estão fora da zona de alerta:
Rio Branco - 12%
Manaus - 54%
Belém - 44%
Macapá - 29%
Palmas - 53%
Teresina - 39%
Fortaleza - 53%
Natal - 34%
João Pessoa - 19%
Recife - 39%
Maceió - 25%
Aracaju - 43%
Salvador - 38%
Belo Horizonte - 57%
Vitória - 36%
São Paulo - 43%
Florianópolis - 31%
Porto Alegre - 59%
Brasília - 59%
O estudo ressalta ainda que o número de casos (média de 33.400 novos por dia) e de óbitos (910 por dia) são ainda muito elevados. Além disso, segundo o levantamento, a taxa de positividade dos testes permanece alta, o que mostra a intensa circulação do vírus.
Fonte: G1
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