Um manifesto assinado nesta sexta-feira (6) por 29 subprocuradores cobrou do procurador-geral da República, Augusto Aras, que ele aja "enfaticamente" diante dos "estarrecedores" ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao Poder Judiciário.
O manifesto lembra que os ataques podem configurar crimes comum e de responsabilidade.
"Na defesa do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, de seus integrantes e de suas decisões, deve agir enfaticamente o procurador-geral da república – que, como procurador-geral eleitoral, tem papel fundamental como autor de ações de proteção da democracia –, não lhe sendo dado assistir passivamente aos estarrecedores ataques àquelas Cortes e a seus membros, por maioria de razão quando podem configurar crimes comuns e de responsabilidade e que são inequívoca agressão à própria democracia", afirma o manifesto.
O manifesto cria uma nova saia-justa para Aras, que já havia sido cobrado por subprocuradores a investigar as falas de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.
Na avaliação de subprocuradores ouvidos pelo blog, a falta de ação de Aras levou o STF e o TSE a posições tão contundentes, como fez nesta quinta (5) o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo.
"O presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Sendo certo que, quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteiro. Além disso, sua excelência [Bolsonaro] mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro", afirmou Fux na ocasião.
Há forte contrariedade entre integrantes do Ministério Público, que, de forma reservada, já vinham criticando a gestão de Aras na PGR.
A percepção é que, agora, a crise interna foi explicitada através do novo manifesto.
Fonte: Blog do Camarotti
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