terça-feira, agosto 03, 2021

Italo Ferreira leva ouro olímpico em visita a família que o abrigava em competições em Natal: 'Carinho enorme por eles'

Italo Ferreira cumpriu nesta terça-feira (3) uma promessa que havia feito ao casal Beto Fagundes e Dona Nininha, que moram em Natal e o acolhiam durante as competições na cidade quando ele era adolescente.


Italo Ferreira visitou Beto Fagundes e Dona Nininha, que o acolhiam quando criança em competições em Natal — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi


Antes de viajar ao Japão, o surfista disse aos dois que ganharia uma medalha nas Olimpíadas e que a levaria para eles conhecerem.


"Um dia antes de viajar, ele passou lá na casa dos meus pais, e fez a promessa de que ia voltar com a medalha. E foi isso que ele fez. Hoje (terça) ele fez essa visita", contou o filho do casal, André Fagundes.

O encontro foi registrado pelo próprio Italo Ferreira nas redes sociais. Nas postagens, ele cita que Beto Fagundes é "muito especial" para ele e relata: "Quando eu era pequeno, essa família me acolhia na sua casa em Natal sempre que tinha competição. Tenho um enorme respeito e carinho por eles".


A relação da família com o surfista começou a ser construída em Baía Formosa, onde o casal também tem uma casa há quase 50 anos. Assim, conheceram Italo, que mora na cidade até hoje, dando os primeiros passos no esporte.


Sem condições financeiras na época, o medalhista olímpico tinha dificuldade de conseguir muitas vezes disputar as competições de surfe em outras cidades do estado, desde inscrições a até um local para ficar.


Para ajudá-lo, Beto e Dona Nininha passaram a recebê-lo em Natal para que ele pudesse participar das disputas.


"Eu era surfista e competi amador e profissional. Em todos campeonatos em Natal, a gente tinha um vínculo com todos os competidores, não só Italo. Do jeito que eu era recebido fora do estado na casa de outros surfistas, a gente também tinha esse costume de receber o pessoal de outros estados e também de Baía Formosa", contou André Fagundes, filho do casal.


"Italo foi uma dessas ultimas gerações que a gente recebeu. Ele estava começando, tinha 12 anos aproximadamente. O nosso apoio, o que a gente podia fazer, era acolher o pessoal. A gente nem se esforçava para isso. Era algo natural, não era sacrificante pra nossa família. Italo era um menino muito calmo, muito na dele. Sempre muito focado, dedicado no esporte".


O surfista brasileiro Italo Ferreira conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio — Foto: Lisi Niesner/Reuters


André diz que a visita de Italo com a medalha de ouro aos pais não o surpreendeu. Ele diz que o surfista sempre demonstrou muito carinho com a família dele e muito respeito pelas suas origens e trajetória.


"Italo sempre era dos menores que iam lá pra nossa casa. E com os mais novos, sempre tem aquela atenção especial dos meus pais, de fazer comida, de querer tratar bem. Italo tem um carinho muito grande por eles, e faz corriqueiramente visitas lá em casa. Ele é um cara que não esquece das pessoas que acolheram ele no começo. A relação com os meus pais é de carinho, é de quase pai e filho, ou avô, pela idade dos meus pais", disse.


"Eu fico feliz de ver onde ele chegou e poder ver ele demonstrar o amor e carinho que ele tem pelos meus pais. Não só porque é um campeão olímpico e mundial, mas é algo que alegra o filho poder ver seus pais sendo bem tratados e de certa forma honrados".


André conta que o pai, hoje com 81 anos e que nunca surfou na vida, acompanha o campeonato mundial de surfe. "Em função desse contato próximo com Italo e até pela vivência e o contato com surfe por minha causa, meu pai hoje tem 81 anos e ele posso dizer que sabe de tudo do circuito mundial. Não é de hoje, faz mais de oito anos que ele acompanha"


"Ele sempre gosta de ver os resultados, quem está ganhando, perdendo, conhece todos. Ele fica acordado nas madrugadas. Quando é bateria de Italo, aí é que ele não perde mesmo. Ele fica nervoso e tem os preferidos dele. E ele nunca surfou".

André conta que a trajetória de Italo na elite do surfe mundial teve sinais semelhantes com o início dele na carreira.


"Quando ele começou a vir pra Natal, já tinha uns dois meninos que eram um pouco melhores que ele. Um geral ganhava e o outro ficava em segundo. E ele ficava em terceiro. Mas alguns campeonatos depois, Italo começou a ganhar deles. Da mesma forma que foi a evolução no circuito mundial com os brasileiros".


Fonte: G1

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