segunda-feira, agosto 02, 2021

CPI recebe vídeos em que médicos da força-tarefa do MS orientam uso de tratamento ineficaz para Covid



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid recebeu vídeos que mostram médicos da força-tarefa do Ministério da Saúde orientando os profissionais da saúde para o uso de tratamento com drogas sem eficácia contra a Covid-19 às vésperas do colapso no sistema de saúde no Amazonas.


Os vídeos foram extraídos de redes sociais e recebidos pelo vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).


Estudos científicos já comprovaram que o tratamento precoce, por meio do uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina, é ineficaz contra a Covid-19.


Em uma das gravações, uma médica relata um suposto caso de sucesso do tratamento, usando Azitromicina e Cloroquina, na cidade de Porto Feliz, em São Paulo. Segundo o vídeo, a cidade teria registrado, até o dia 13 de janeiro, 20 óbitos em decorrência da Covid, no entanto, ao todo, a cidade contabilizava 27 mortes pela doença até esta data.


“O tratamento precoce era Azitromicina, Hidroxicloroquina, zinco, vitamina D. Lá eles davam até enoxaparina. Até enoxaparina tinha gratuidade. Assim, eles fizeram um trabalho muito bonito com corticoide em dose alta e tal. E aí, só de fazer isso, a cidade tem 54 mil habitantes. Até agora, do começo do Covid até agora, eles têm 20 óbitos, sendo que desses 20 óbitos, apenas 1 fez tratamento precoce, os outros 19 não fizeram tratamento precoce. E esse paciente tinha muitas comorbidades. Então, assim, é um case de sucesso ou não é?”, diz a médica.



O vídeo foi feito no dia 13 de janeiro, véspera do dia em que a cidade de Manaus, no Amazonas, viveu uma crise sem precedentes com o avanço dos casos de Covid-19 e unidades de saúde chegaram a ficar sem oxigênio.


Randolfe Rodrigues disse que a gravação mostra que "quando os manauaras, o povo de Manaus precisava de oxigênio, mandaram em larga quantidade hidroxicloroquina".


"Os documentos chegados a CPI e agora os vídeos que foram divulgados e que foram incorporados à investigação confirmam o que nós já desconfiávamos: durante o apogeu da segunda crise, da segunda onda de pandemia no amazonas, quando os manauaras, o povo de Manaus precisava de oxigênio, mandaram em larga quantidade hidroxicloroquina. Quando se precisava de médico intensivista mandaram todos os especialistas, até psicólogo, menos médico intensivista", afirmou Randolfe.


Fonte: G1

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