As buscas pelo corpo do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, entraram nesta terça-feira (3) no sexto dia consecutivo. Agentes do Corpo de Bombeiros de Capão da Canoa e de Torres procuram o corpo na orla, ao longo do Litoral Norte do RS, entre Tramandaí e Torres.
"Nenhuma informação de pescadores e nem de populares. Continuamos pela orla com as equipes, também operando com o drone", informa o tenente Elísio Lucrécio, comandante dos bombeiros de Tramandaí.
Conforme a Polícia Civil, provas colhidas durante a investigação apontam que a criança foi morta e jogada no Rio Tramandaí, localizado em Imbém pela própria mãe. As buscas começaram na quinta (29), à noite, após Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, de 26 anos, confessar o crime. Ela foi presa.
Além da mãe da criança, a companheira dela também está presa. O advogado de defesa das duas mulheres, Bruno Vasconcellos, informou que só vai se manifestar nos autos do processo.
A corrente da lagoa e do Rio Tramandaí teria levado o corpo do menino para o oceano.
O Rio Tramandaí é um canal entre uma lagoa interna e o Oceano Atlântico. O curso de água é o limite entre os municípios de Tramandaí e Imbé, ligados por uma ponte. O local é conhecido pela prática de pesca e pela circulação de animais marinhos, como botos.
Os bombeiros trabalham com o apoio de aeronaves, drones e embarcações, além do auxílio da Marinha, da Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar e da Polícia Civil. A corporação também pede a ajuda de pescadores, que eventualmente podem avistar o corpo do menino no mar.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Civil, Yasmin teria dado remédios para o filho, Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos. A suspeita teria colocado o corpo da criança em uma mala e jogado no Rio Tramandaí.
A mãe foi à delegacia, na quinta-feira (29), para registrar o suposto desaparecimento do filho. Depois, ela confessou ter jogado o corpo no rio, afirma a polícia.
"Para fugir, com medo da polícia, saiu de casa, pegando ruas de dentro, não as avenidas principais, levou a criança dentro de uma mala na beira do rio, e jogou o corpo", relata o delegado Antonio Carlos Ractz.
A investigação sustenta que a criança vivia sob intensa tortura física e psicológica.
No domingo (1º), a companheira da suspeita, Bruna Nathieli Porto da Rosa, foi presa por suspeita de participação no crime. Trocas de mensagens entre elas, obtidas pela polícia, mostram diálogos sobre a compra de uma corrente, que seria usada para acorrentar o menino com o objetivo de evitar fugas.
Em um vídeo divulgado pela investigação, a companheira da mãe aparece discutindo com a criança, que estaria amarrada dentro de um guarda-roupa.
A escola onde Miguel estudava relata que ele fazia as aulas online. E o Conselho Tutelar do município informa que não havia denúncias de maus tratos contra a criança.
Segundo a Defensoria Pública, a avó da criança havia iniciado um processo para obter a guarda da criança, que começou a tramitar em 29 de junho. Segundo o órgão, isso ocorreu porque a mãe da criança, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, de 26 anos, entregou o último documento necessário para a abertura do processo apenas um dia antes de comunicar à polícia o desaparecimento do filho.
Fonte: G1
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