O ministro da Defesa, Braga Netto, disse em audiência na Câmara nesta terça-feira (17) que não fez ameaças a favor da aprovação do voto impresso. Ele também contestou que a nota assinada por ele e comandantes das Forças Armadas, em resposta a uma manifestação do presidente da CPI da Covid, tenha sido desrespeitosa com os senadores.
Braga Netto participou de uma audiência conjunta das comissões do Trabalho, das Relações Exteriores e de Fiscalização Financeira e Controle.
As comissões chamaram o ministro para ouvir explicações sobre:
reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", publicada no mês passado. Segundo a reportagem, Braga Netto teria enviado mensagem ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizendo que não haveria eleições em 2022 caso o voto impresso não fosse aprovado.
nota assinada por Braga Netto e pelos comandantes das Forças Armadas dizendo que não aceitariam ataques 'levianos'. Era uma resposta a uma declaração do presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM). Na CPI, Aziz havia dito, em referência a militares envolvidos em denúncias sobre negociações de vacinas, que o lado bom das Forças Armadas deveria estar envergonhado do "lado podre", envolvido em "falcatruas".
Voto impresso
Quando a reportagem do "Estadão" foi publicada, em julho, Braga Netto já havia negado a suposta ameaça. Ele repetiu o tom na comissão e disse que considera o assunto "encerrado".
"Reitero que eu não enviei ameaça alguma, não me comunico com presidentes dos poderes por intermédio de interlocutores. No mesmo dia, ainda pela manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, confirmou publicamente que não houve esse episódio. Considero esse assunto resolvido, esclarecido e e encerrado", disse o ministro.
Nota sobre a CPI
Ao responder sobre a nota que rebateu Omar Aziz, Braga Netto disse que o texto não se referiu a senadores ou ao Senado em geral, mas especificamente ao presidente da CPI.
"Não houve ameaça. Em momento algum a mensagem teve por objetivo desrespeitar o Senado ou os senadores e nem mesmo a eles se referiu — como expliquei e conversei com próprio presidente do Senado, e ele compreendeu perfeitamente e depois fez um outro comunicado — ou aos outros membros da CPI. Ao contrário. Foi emitida uma resposta a um pronunciamento pontual considerado desrespeitoso e injusto. Essa resposta foi emitida de forma direta, clara, necessária e legítima", declarou Braga Netto.
Fonte: G1
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