O presidente Jair Bolsonaro deve achar que é juiz e que o que ele pede deve ser obedecido. Essa a avaliação no Senado diante das críticas de Bolsonaro à decisão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de arquivar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em entrevista nesta quinta-feira (26) a uma rádio, Bolsonaro criticou Pacheco dizendo que o presidente do Senado não teria sido coerente com decisões anteriores.
"O presidente do Senado, o senhor Pacheco, ele entendeu e acolheu uma decisão de sua advocacia. Agora, quando chegou uma ordem do ministro Barroso para abrir a CPI da Covid, ele [Pacheco] mandou abrir e ponto final. Ele agiu de maneira diferente de como agiu no passado", afirmou o presidente da República.
Para senadores, o presidente faz questão de confundir os dois casos para tentar jogar para a própria "plateia" ao dizer que o Senado não quis dar prosseguimento ao pedido de impeachment de Moraes.
No caso da decisão envolvendo a CPI da Covid, o presidente do Senado era obrigado a cumprir a decisão de Barroso.
Agora, porém, o pedido obrigava Rodrigo Pacheco a tomar uma decisão, não necessariamente favorável ao pedido de Bolsonaro. Tecnicamente, a avaliação da advocacia da Casa foi a de que não havia base jurídica para o pedido. Afinal, decisão judicial não é motivo para se imputar um crime de responsabilidade contra um magistrado.
Ou seja, Bolsonaro faz uma crítica a Rodrigo Pacheco numa linha em que busca passar a mensagem de que teria poderes de juiz e que seu pedido tinha de ser recebido pelo Senado.
Vice-presidente da Câmara, o deputado Marcelo Ramos, avalia que está na hora de deixar o presidente falando "suas bobagens" sozinho e cobrar dele soluções para os problemas reais do Brasil.
"Quando eu advogava, chamávamos isso de jus sperniandi (direito de espernear). Temos que deixar o Bolsonaro falando suas bobagens sozinho. Quero saber dele é sobre desemprego, fome, inflação, juros e racionamento de energia!, afirmou o deputado.
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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