terça-feira, agosto 03, 2021

Andrew Cuomo, governador de Nova York, assediou várias mulheres sexualmente e violou leis, conclui investigação

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, assediou sexualmente várias mulheres e violou leis federais e estaduais, afirmou a procuradora-geral do estado, Letitia James, nesta terça-feira (3). A investigação começou em março, após duas ex-assessoras acusarem o governador democrata de assediá-las no local de trabalho. Posteriormente, várias outras denúncias surgiram.


O governador de Nova York, Andrew Cuomo, durante entrevista coletiva em 10 de maio de 2021 — Foto: Mary Altaffer/Pool via Reuters


Cuomo fez um pronunciamento ao vivo em que afirmou que nunca tocou em ninguém de forma inapropriada e que nunca assediou ninguém. "Os fatos são muito diferentes do que está retratado naquele documento", disse (veja mais abaixo).

A investigação teve tamanha repercussão que o presidente americano, Joe Biden, antigo aliado de Cuomo, disse que o governador deveria deixar seu cargo. "Penso que ele deve renunciar", afirmou Biden a repórteres nesta terça.


Segundo a BBC, uma mulher chegou a formalizar uma reclamação contra Cuomo e sofreu retaliação do governador e da equipe. Outras mulheres descreveram outras ações: ele teria apalpado e beijado mulheres.


Ele também teria colocado a mão por baixo da blusa de uma funcionária e também deslizado o dedo pelo pescoço de uma policial que fazia sua proteção.


"A investigação descobriu que o governador Andrew Cuomo assediou sexualmente atuais e ex-funcionárias do estado de Nova York, envolvendo-se em toques indesejados e não consensuais e fazendo vários comentários ofensivos", afirmou James.


Os investigadores ouviram 179 pessoas nos últimos cinco meses, incluindo mulheres que o denunciaram e funcionários e ex-funcionários do governo estadual.


A procuradora-geral de Nova York afirmou que o que se revelou foi um "local de trabalho tóxico" e um "clima de medo" no qual Cuomo assediou sexualmente várias mulheres, muitas delas jovens, com "apalpadas indesejadas, beijos, abraços e comentários inadequados".


Segundo James, Cuomo e sua equipe também retaliaram ao menos uma pessoa por reclamar da conduta do governador de Nova York, que até o momento não se pronunciou.


A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, durante entrevista coletiva em seu escritório em 21 de maio de 2021 — Foto: Richard Drew/AP


Resposta de Cuomo

Cuomo falou de dois casos específicos. Um deles é o de Charlotte Bennett, uma sobrevivente de violência sexual que, segundo ele, foi trabalhar no governo de Nova York por causa de avanços no combate ao assédio sexual.


O governador reconheceu que fez perguntas que ele não faria a qualquer um, mas, segundo ele, eram para tentar checar se ela estava recebendo apoio e se tinha relacionamentos saudáveis pq ele se preocupava com o histórico dela de assédios.


Além disso, ele também citou um caso em que teria apalpado uma mulher. Segundo ele, isso nunca aconteceu, e o caso está judicializado.


As outras acusações, disse ele, são gestos comuns do cotidiano. Cuomo diz que tenta criar conexões com as pessoas, mostrar como ele gosta deles e que agora entende que "há perspectivas culturais e geracionais que francamente eu não tinha conhecimento", disse ele (a experiência o ensinou, garantiu).


Fonte: G1

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