Os senadores do comando da CPI da Covid acreditam já ter elementos suficientes para levar ao indiciamento do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Elcio Franco, braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello.
Os senadores acreditam que o depoimento do ex-diretor de Logística do ministério, Roberto Ferreira Dias, nesta quarta-feira, trouxe elementos que demonstram que a negociação de vacinas era comandada por Franco.
O secretário-executivo também tinha o contato direto com outros militares que tentavam organizar a compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca por meio de uma empresa que não tinha aval da farmacêutica. Segundo eles, os indícios de solicitação de propina são fortes.
"O depoimento coloca no centro do escândalo o senhor Elcio Franco. São tantos elementos em relação a esse senhor que não há mais dúvidas sobre a necessidade do seu indiciamento", disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues.
Ouvido pelo blog, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que Franco voltará nos próximos dias — ainda como testemunha — para responder a perguntas e esclarecer informações levadas à CPI por Dias.
Segundo o relator, ficou claro no depoimento desta quarta-feira que era a Secretaria-Executiva da pasta que levantava os preços internacionais da Covaxin — a vacina indiana não tinha aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e era oferecida a um preço mais elevado que todas as demais negociadas pelo Brasil.
A CPI quer evitar, contudo, um indiciamento antes de um segundo depoimento de Franco, já que o depoente investigado pode obter o direito de permanecer calado na comissão.
Fonte: Blog da Ana Flor
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