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quarta-feira, julho 14, 2021

Moraes mantém delegado à frente de inquérito que apura se Bolsonaro tentou interferir na PF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (14) a permanência do delegado da Polícia Federal Felipe Alcântara Leal à frente do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na PF.


Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal — Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF


Leal passou a conduzir o inquérito no lugar de Christiane Machado, que deixou a função no ano passado. Segundo apurou a TV Globo, a decisão de Moraes foi motivada pelo fato de que o inquérito está parado e era preciso garantir que o caso ficasse com um delgado que já tivesse conhecimento da apuração, uma vez que está na fase final.


Está marcado para setembro deste ano o julgamento, pelo STF, sobre o formato do depoimento de Bolsonaro: presencial ou por escrito. A partir daí, o inquérito poderá ser retomado.


O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.


Segundo moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o diretor-geral da corporação (leia detalhes mais abaixo).


Desde que Moro fez a acusação, Bolsonaro nega ter tentado interferir na corporação.


Reunião ministerial

Sergio Moro tem afirma que estão entre as provas de que Bolsonaro tentou interferir na PF mensagens trocadas pelos dois em um aplicativo de mensagens e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.


Na ocasião, Bolsonaro disse:


"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f... minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe. Troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira."


Segundo Moro, ao mencionar a palavra "segurança", Bolsonaro se referia à Polícia Federal no Rio de Janeiro.


O presidente, por sua vez, sempre argumentou que se referia à sua segurança pessoal, exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional.


O Jornal Nacional, contudo, mostrou que os seguranças de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que coloca em xeque a versão do presidente.


Fonte: G1

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