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segunda-feira, julho 12, 2021

Em 'voo de reconhecimento' do fogo, bombeiros dizem que 3.750 hectares foram perdidos em cidades turísticas de MS

Ao menos 3.750 hectares foram atingidos pelo incêndio entre os municípios de Bonito e Jardim, região turística no sudoeste de Mato Grosso do Sul, segundo informaram os bombeiros que fizeram um "voo de reconhecimento" da área nesta segunda-feira (12).





O fogo foi controlado nos dois municípios, mas os bombeiros alertam para o risco de surgir novos focos. Para a Polícia Militar Ambiental (PMA), no entanto, a extensão do dano seria ainda maior: 6 mil hectares.


No Pantanal, que também foi atingido, o fogo continua. Os bombeiros seguem fazendo combate e monitoramento (leia mais sobre a operação abaixo).


Rastro de morte e sucuri de 80 quilos

As chamas começaram há cinco dias. O fogo matou animais da região, como as sucuris, e devastou a mata nativa. A sucuri de cerca de 5 metros e 80 quilos foi encontrada carbonizada por militares nesse domingo (11).



"Estávamos fazendo a vistoria nas proximidades da fazenda São João, ainda na parte da área de Bonito, quando nos deparamos com esta sucuri que, infelizmente, não conseguiu se livrar das chamas. Lamentável", afirmou o capitão Valdeck de Siqueira Santos.

A operação é feita por terra e pelo ar, como relatou um dos integrantes.


"Tivemos o grande incêndio controlado e agora fazemos o monitoramento por terra e rescaldo da área afetada. Também estamos utilizando aeronaves. [...] Fizemos o voo de reconhecimento que localizou um novo foco de incêndio nas proximidades do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, foco este que já foi controlado e a área está em segurança", disse o major André, comandante da operação Panemorfi (que significa "bonito" em grego).


A avaliação da área perdida foi feita pelo Centro de Proteção Ambiental (CPA).


Incêndios em 2020

Em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história. Incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares. 26% do bioma (o que representa uma área maior que a Bélgica) foi consumida pelo fogo. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram.


Até hoje, a região ainda não se recuperou totalmente da tragédia. E a previsão é de estiagem ainda mais severa neste inverno de 2021. Por conta disto, a comunidade ribeirinha de Barra de São Lourenço, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, vive de doações.


São famílias que antes sobreviviam da pesca, da coleta de iscas vivas e da agricultura de subsistência. Agora, elas dependem de doações para viver após terem visto a região ser devastada pelas queimadas.


Operação de combate ao fogo

Assim como as cidades de Bonito e Registro, o fogo também atingiu o Pantanal do MS. Na região, a operação Hefesto já contabilizou 25.775 hectares de área queimada dos dias 3 a 10 de julho.


"O pessoal está fazendo o combate no Canal do Tamengo e uma área próxima à Bolívia, onde as equipes estão trabalhando e em campo na área da Nhecolândia...Teremos uma aeronave pousando nesta manhã (12) para ajudar e vamos intensificar. São aeronaves contratadas pelo governo do estado, onde teremos uma resposta melhor no foco de calor e vamos avançar para proteger o nosso meio ambiente, nossa fauna e nossa flora", disse o tenente-coronel Luciano Alencar, que comanda a operação.


A operação conta com o efetivo de 76 bombeiros militares empregados na missão de combate aos focos de calor, e com 23 viaturas operacionais e administrativas. As aeronaves usadas são do modelo Air Tractor e pousaram no aeroporto de Corumbá para reforçar as ações dos bombeiros militares. Cada uma dessas aeronaves tem capacidade de comportar 2 mil litros de água.





Fonte: G1

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