Depois do recesso parlamentar, líderes partidários estão acertando, como reação a novas ameaças à democracia, acelerar a derrubada do voto impresso no sistema eleitoral brasileiro e a proibição de nomeação de militares da ativa em cargos civis. A iniciativa envolve partidos como MDB, DEM, PSDB, PSD, Solidariedade e siglas da esquerda, como PT, PSB, Psol e Rede.
A avaliação de líderes partidários ouvidos pelo blog é que as notícias de que o ministro da Defesa, Braga Netto, teria enviado um interlocutor para ameaçar o presidente da Câmara, Arthur Lira, de que não haverá eleição no ano que vem sem voto impresso, acabaram reforçando a necessidade de enterrar de vez essa proposta.
A estratégia, inclusive, é fazer isso ainda na comissão especial, evitando que a Proposta de Emenda Constitucional chegue ao plenário. Antes do recesso, esta tentativa foi feita, mas uma manobra de aliados de Bolsonaro impediu que ela tivesse sucesso. Agora, assim que os trabalhos forem retomados em agosto, a ordem é recusar a ideia patrocinada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Dentro do Congresso, mesmo com as negativas de Braga Netto, a avaliação é que o ministro da Defesa defende sim esta "ameaça golpista" e que ele acabou usando a nota divulgada ontem para defender a proposta do voto impresso. Segundo líderes, a inclusão do tema na nota para negar as ameaças acabou servindo como uma ameaça indireta na direção do Congresso, que vai reagir enterrando a medida.
Além de derrotar o voto impresso, o Congresso deve aprovar também a Proposta de Emenda Constitucional que proíbe a nomeação de militares da ativa para cargos civis. De autoria da deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC), ela deve ser votada também logo após o recesso para acabar com o processo de militarização do governo federal acelerada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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