Aliados de Jair Bolsonaro passaram a defender que o presidente faça "ajustes" nos rumos do governo, depois que a pesquisa Datafolha divulgada na última semana indicou uma série de resultados altamente negativos para a imagem do governo
Segundo interlocutores, esses aliados têm dito que não estão dispostos a "afundar junto" com o Palácio do Planalto.
Membros da base bolsonarista avaliam que a pesquisa passou uma série de recados ao governo: o presidente precisa mudar não só a administração, mas também o comportamento pessoal se quiser recuperar a própria imagem e se tornar competitivo em 2022.
Caso contrário, a tendência é o governo se tornar altamente tóxico para seus apoiadores – que tendem a abandoná-lo, já que ninguém quer a companhia de um candidato rejeitado pela população.
"O presidente precisa fazer ajustes no seu governo e também no seu estilo. A população está rejeitando não só o seu modo de governar mas também o seu comportamento, muitas vezes autoritário e grosseiro. Nós não estamos dispostos a afundar abraçados com ele, esperamos que ele entenda isso", afirmou um líder governista ao blog.
O levantamento do Datafolha mostrou:
que a maioria da população apoia a abertura de um processo de impeachment;
que a reprovação do presidente subiu e atingiu patamar recorde;
que 70% acreditam que existe corrupção no governo, e
63% acreditam também que Bolsonaro sabia de irregularidades no Ministério da Saúde.
Além destes resultados, a população também apontou não acreditar na capacidade de o presidente liderar o país.
A última semana foi marcada por uma reação de atores políticos às posições autoritárias do presidente da República. As declarações fizeram frente a uma escalada de Bolsonaro contra a Justiça Eleitoral e a realização de eleições em 2022.
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que o Legislativo não irá aceitar "retrocessos" e que as eleições estão previstas na Constituição e vão acontecer no ano que vem. E que quem prega o contrário vai ser visto como "inimigo" da Nação.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, foi na mesma linha e disse, inclusive, que tentar impedir as eleições no Brasil pode ser classificado como crime de responsabilidade.
O ministro Alexandre de Moraes, que será o presidente do TSE durante as eleições, também criticou os que defendem pautas contra a democracia e lançam ameaças contra o processo eleitoral.
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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