A foto é da fachada da empresa Madison Biotech, em Cingapura, que receberia US$ 45 milhões (mais de R$ 222 milhões) de adiantamento pela vacina Covaxin. As doses até hoje não foram entregues. A imagem dessa fachada chamou atenção dos senadores da CPI. "É uma casinha", espantou-se o senador Otto Alencar (PSD-BA). "Uma sede dessas chama atenção pela modéstia diante o valor envolvido na transação com o governo Jair Bolsonaro: quase R$ 1,6 bilhão no total".
O que aumenta ainda mais o mistério sobre a empresa é que, ao fazer uma busca no Google com o nome dela, aparece outro endereço. Contudo, o endereço da "casinha" da Madison Biotech é o que está registrado como sendo da companhia.
Para o senador, a empresa Madison não é vírus, nem protozoário: "É laranja", afirma, defendendo o aprofundamento da investigação. A empresa foi constituída há dezessseis meses, segundo informações da CPI. Para Otto, está cada vez mais claro que o presidente Bolsonaro cometeu tráfico de influência para facilitar a compra da Covaxin.
Investigação
O Ministério Público Federal em Brasília investiga contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos para a compra do imunizante. Esta foi a única compra de doses contra Covid pelo governo federal realizada com intermediário privado e sem vínculo com a indústria de vacinas .
A negociação também está em análise por senadores da CPI da Covid. Pelo contrato assinado em fevereiro, as primeiras doses da Covaxin chegariam ao Brasil em maio, 70 dias após o fechamento da compra. Até agora, nenhum frasco foi entregue.
As doses foram negociadas ao preço unitário de US$ 15 – 50% acima dos US$ 10 pagos por cada dose da vacina da Pfizer, por exemplo. Como as remessas não chegaram, o Ministério da Saúde ainda não fez nenhum pagamento nesse contrato. A Covaxin ainda não tem registro definitivo na Anvisa.
Fonte: Blog do Octavio Guedes
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