O partido Patriota decidiu, por maioria, afastar por 90 dias o presidente Adilson Barroso do comando da sigla por ter negociado “individualmente” a filiação do presidente Jair Bolsonaro, que está sem partido e precisa se filiar a algum para disputar a eleição do ano que vem.
A decisão do Patriota foi tomada nesta quinta-feira (24), durante convenção nacional do partido. Barroso e o senador Flávio Bolsonaro (RJ), que se filiou recentemente à sigla, não participaram da convenção e não justificaram a ausência.
O vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, assume o comando da sigla. O afastamento de Barroso é válido por 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias.
Durante esse período, o caso será analisado pelo conselho de ética da sigla e Barroso terá todo o direito à defesa.
Após a análise pelo conselho, o caso volta para deliberação da executiva nacional do partido, que deliberará sobre o afastamento definitivo.
Em caso de absolvição, Barroso volta para a presidência.
Família Bolsonaro
O pano de fundo para o afastamento de Barroso é a filiação da família Bolsonaro à sigla.
Segundo Jorcelino Braga, secretário-geral do Patriota, as conversas sobre a filiação do presidente Jair Bolsonaro foram tratadas “individualmente” por Barroso, à revelia do estatuto do partido.
“Isso nunca foi tratado conosco, isso foi tratado individualmente pelo Adilson com a família Bolsonaro sem falar com os membros do conselho político”, afirmou Braga.
Integrantes de uma ala do partido acusam Barroso de tentar mudar o estatuto da sigla para atrair o presidente Bolsonaro para a legenda.
Braga diz que o partido não tem nada contra a filiação de Bolsonaro, mas, primeiro, precisa saber quais são as condições.
“Nós não temos nada contra a vinda do Bolsonaro ao partido, ele é bem-vindo, o que nós somos contra é a forma que as coisas foram conduzidas. Ele não conversou conosco”, explicou Braga.
“O que nós queremos é sentar na mesa para saber em que condições que ele quer vir para o partido, o que ele está exigindo, que projeto que tem”, completou.
Comissão
Uma comissão foi criada pelo partido para decidir sobre uma candidatura própria à presidência da República em 2022.
“O conselho criado vai ter autonomia para discutir isso e levar para convenção nacional específica”, explicou Braga.
Fonte: G1
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