quarta-feira, junho 30, 2021

Mourão diz que Ministério da Saúde 'sempre foi um lugar onde a corrupção andou'



O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira (30) que o Ministério da Saúde "sempre foi um lugar onde a corrupção andou".


Mourão deu a declaração após ter sido questionado sobre o suposto pedido de propina feito por um diretor do ministério a um representante de uma empresa durante a negociação de vacinas, informado nesta terça (29) em reportagem do jornal "Folha de S.Paulo".


"O Ministério da Saúde sempre foi um lugar onde a corrupção andou lá dentro, né? E você não consegue da noite para o dia desmanchar uma estrutura que se encontra lá dentro. Então, eu vejo que isso é responsabilidade dos gestores, que têm que estar atentos a isso o tempo todo", declarou o vice-presidente.

Hamilton Mourão afirmou ainda que a Controladoria Geral da União (CGU) precisa estar "atenta" a "determinadas movimentações".


Em entrevista à "Folha", o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti, disse que em fevereiro, em um jantar em Brasília, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, pediu propina de US$ 1 por dose de vacina para a empresa assinar contrato com o ministério.


A negociação, segundo a reportagem, envolveria 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.


A AstraZeneca informou que não tem intermediários no Brasil. Em nota à TV Globo, a farmacêutica afirmou que todas as doses de vacina do laboratório estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais, como o consórcio internacional Covax Facility. A empresa acrescentou que não disponibiliza vacinas para o mercado privado nem para prefeituras e governos estaduais.


Também à TV Globo, a Davati, com sede nos Estados Unidos, informou ter sido procurada por um de seus representantes no Brasil para que ajudasse a encontrar vacinas contra a Covid para o país. Ainda na nota, a empresa afirmou que providenciou uma proposta ao governo federal a fim de assegurar vacinas, mas que nunca foi formalmente respondida. "Portanto, a apresentação entre o governo e o vendedor nunca foi feita, e a discussão nunca avançou para um contrato", acrescentou.


Exoneração do diretor

Horas após a reportagem ter sido publicada, o Ministério da Saúde divulgou uma nota na qual anunciou a exoneração de Roberto Dias.


Antes dessa nota, Roberto Dias disse ao repórter Nilson Klava, da GloboNews, que não pediu propina e que se tornou alvo de retaliação de Dominguetti após ter pedido a ele que comprovasse representar a AstraZeneca, o que, segundo Dias, nunca aconteceu.


Nesta quarta, Mourão disse que não tem conhecimento de irregularidades e que acredita que o presidente Jair Bolsonaro, se souber, acionou o Ministério da Saúde.


Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!