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terça-feira, junho 29, 2021

Estado tem 67 cidades em rodízio

Após uma quadra chuvosa considerada decepcionante por meteorologistas, o interior do Rio Grande do Norte se prepara para lidar com os impactos da estiagem no abastecimento de água. A Defesa Civil Nacional reconheceu, na penúltima semana de junho a situação de emergência em mais três cidades potiguares: Bodó, Passa e Fica e Passagem, que se somam aos outros 75 municípios do Estado que já possuíam o reconhecimento federal da situação de emergência pela seca. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern), a região do Seridó foi uma das mais impactadas pelas poucas chuvas de 2021, e alternativas de rodízios mais longos são estudados para a região.


Créditos: junior santos/arquivo tn

Principais mananciais de superfície não conseguiram recarga hídrica suficiente durante quadra chuvosa no interior do Estado em 2021


No total, 67 cidades do Rio Grande do Norte já se encontram em situação de rodízio de abastecimento, e quatro (Paraná, Serra do Mel, São Miguel e Luís Gomes) vivem em situação de colapso. Apesar da região Seridó ter apresentado algumas das recargas menos significativas em seus reservatórios, ela não foi a única afetada pela estiagem. As regiões do Sertão Central, Alto Oeste e Oeste também tiveram cidades com o fornecimento prejudicado, segundo a Companhia. 


A quadra chuvosa de 2021 foi decepcionante para a maior parte do interior do RN, com uma distribuição de chuvas irregular entre os meses de janeiro e maio. De acordo com a unidade de meteorologia da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do RN (Emparn), o acumulado de chuvas até o mês de abril foi cerca de 30% abaixo da média esperada. 


De acordo com o Monitor da Seca, ao comparar a situação atual do Estado com a de 2020, houve uma piora generalizada da condição de seca. Enquanto no ano anterior, metade do Rio Grande do Norte não registrava uma situação de seca aparente e a outra metade estava em condição de seca fraca. Já em 2021, o Estado apresentou mais de 80 municípios em situação de seca fraca ou moderada. 


Segundo a Caern, outro fator que contribuiu para o agravamento da situação em algumas regiões do Estado foi o aumento do consumo durante o período mais quente do ano, como foi o caso da região do Sertão Central. 


As chuvas escassas e irregulares que predominaram no interior, no entanto, não devem se repetir no litoral. Segundo os meteorologistas, a expectativa para o litoral, onde a quadra chuvosa tem início ao fim da quadra do interior, é de chuvas dentro da normalidade. A Caern destacou ainda que, na capital, os mananciais encontram-se com volume para atendimento normal da demanda de abastecimento. 


Regiões

Na Sertão Central, apesar de não ter municípios em colapso ou rodízio, a estiagem afetou a frequência do fornecimento de água na região. O principal motivo, segundo a Caern, foi o aumento do consumo no período mais quente do ano. Apesar disso, a situação dos reservatórios da região não representa risco de colapso ou desabastecimento para os municípios no momento. 


No Oeste, apesar da região já possuir 12 cidades em situação de rodízio e uma (Serra do Mel) em colapso, não há cidades em risco iminente de colapso, segundo a Caern. As cidades atendidas pelo sistema de adutoras do Médio Oeste, no entanto, podem entrar em rodízio no segundo semestre a depender do volume da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Caso isso aconteça, os municípios afetados seriam: Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Janduís, Messias Targino e Patu. 


No Alto Oeste, com 23 cidades em rodízio e três em colapso (Paraná, São Miguel e Luís Gomes), a região é uma das que apresenta os maiores prejuízos no fornecimento de água no RN. Apesar disso, segundo a Caern, o ano de 2021 não foi negativo para a região, e reservatórios importantes que não recebiam água por um longo período de tempo foram recarregados durante a quadra chuvosa. A Companhia afirma que não há risco de colapso em novos municípios do Alto Oeste, e atualmente avalia a retirada de Paraná da lista de cidades em colapso. 


O Agreste-Trairi tem 10 municípios em rodízio. Os reservatórios da região receberam poucas chuvas em 2021. De acordo com a Caern, os riachos de Timbó, Salto, das Pedras e Una tiveram pouca recarga, o que impacta diretamente no abastecimento local. Espírito Santo, Várzea, Passagem e Santo Antônio devem enfrentar suspensão ou redução do fornecimento de água durante o segundo semestre, e as 30 cidades atendidas pelo Sistema Adutor Monsenhor Expedito também encontram-se em situação de rodízio. Salvo esses municípios, a região do Mato Grande continuará com abastecimento regular e sem risco de colapso. 


No Seridó, uma das mais impactadas pela estiagem de 2021, de acordo com a Caern, há 8 cidades em situação de rodízio. A quadra chuvosa não provocou recargas significativas nos reservatórios, o que impactou diretamente na distribuição. Atualmente, a Caern estuda alternativas e rodízios mais longos. O baixo volume de água identificado no açude Zangalheiras, que atende à cidade de Jardim do Seridó, deixou em alerta a Companhia, e cidades como Currais Novos e Acari devem se preparar para iniciar um rodízio no segundo semestre com o objetivo de ampliar a disponibilidade hídrica da região até 2022, e o município de Cruzeta também está sendo observado pela Companhia. 


Fonte: Tribuna do Norte

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