Documentos da CPI da Covid obtidos pela TV Globo mostram que, em abril deste ano, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prometeu à Organização Mundial de Saúde (OMS) incentivar no país o uso de máscara no país.
Desde o início da pandemia, a OMS e as entidades médicas orientam o uso do item de proteção como uma das formas de prevenção do coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, critica o uso e, nesta semana, informou ter pedido a Queiroga um estudo a fim de desobrigar a máscara por pessoas já vacinas ou que já tenham contraído a Covid-19.
O anúncio foi criticado por especialistas, uma vez que a média móvel de mortes está em 1,9 mil óbitos por dia, com 11% da população vacinada.
Além disso, estudos científicos mostram que as máscaras devem ser mantidas contra reinfecção e transmissão da Covid-19.
Neste domingo, Bolsonaro foi multado pelo governo de São Paulo por estar sem máscara em local público.
O documento obtido pela CPI
O documento foi enviado pela Missão Permanente do Brasil em Genebra ao Ministério das Relações Exteriores no dia 5 de abril.
Conforme esse relatório, Queiroga teve uma reunião dois dias antes, em 3 de abril, com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.
Nessa reunião, conforme a Missão Permanente do Brasil: "O dr. Queiroga afirmou que, desde que assumiu a função de ministro da Saúde, tem se empenhado em dar exemplo quanto às medidas de saúde pública para enfrentar a pandemia, a exemplo do uso de máscaras."
Na sequência, informa o documento, Queiroga afirmou à OMS que busca "incentivar a adesão social, ainda limitada e errática", às ações "fundamentais" para o combate à pandemia.
Doses da Covax Facility
Os documentos mostram também que Queiroga "sinalizou" à OMS a "disposição" de elevar para 20% da população o volume de doses de vacinas contra Covid a ser recebido por meio da aliança global Covax Facility.
Segundo os documentos, Queiroga avaliou que os 10% optados pelo Brasil representaram "volume baixo".
Primeiro, o Brasil sinalizou à Covax o interesse por vacinas para 20% da população. Depois, reduziu à metade, isto é, para 10% da população.
Documentos obtidos pela CPI mostram que a redução foi feita mesmo com o país sabendo que poderia ser ressarcido caso desistisse e optasse por comprar outras vacinas.
Fonte: G1
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