Sete titulares e dois suplentes da CPI da Covid no Senado divulgaram uma nota conjunta neste sábado (19) em que lamentam a marca de 500 mil mortos pela doença no Brasil e afirmam que os responsáveis "pagarão" por "erros, omissões, desprezos e deboches" no enfrentamento à crise sanitária.
O documento é assinado pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e pelo relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL).
Também subscrevem a nota os titulares: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM) e Humberto Costa (PT-PE); os suplentes: Rogério Carvalho (PT-SE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE); e a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
Os parlamentares classificam a data como "dolorosamente trágica" e afirmam que vidas poderiam ter sido poupadas com "bom-senso, escolhas acertadas e respeito à ciência". Para o grupo majoritário da CPI, há "culpados" que serão "punidos exemplarmente", no que depender da comissão.
"Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente", diz a nota.
"Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens", completa o documento.
A CPI da Covid é composta por 11 senadores titulares e sete suplentes. Entre os titulares, quatro são considerados governistas. A comissão investiga, entre outros pontos, ações e omissões do governo federal na pandemia. Na última sexta-feira (18), o relator da comissão divulgou uma lista de 14 pessoas que se tornaram investigadas pela CPI.
Entre os nomes, estão o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; os ex-ministros do governo Jair Bolsonaro Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores); outros integrantes do Executivo e possíveis membros do chamado "gabinete paralelo" de assessoramento a Bolsonaro.
Governistas também lamentam
Pelas redes sociais, integrantes da CPI que fazem parte da base do governo Jair Bolsonaro também se manifestaram sobre as 500.022 mortes causadas pela pandemia no Brasil. Marcos Rogério (DEM-RO) disse que não "há palavras suficientes para lamentar essa terrível tragédia".
Marcos do Val (Pode-ES) disse que "não há como ser indiferente" à marca e que o momento "não é para palanque político".
Eles não assinam a nota divulgada pela maioria da comissão.
Íntegra da nota
Leia a íntegra da nota divulgada pelo grupo majoritário da CPI da Covid do Senado:
Nota Pública da Maioria dos Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito da PANDEMIA.
Nessa data dolorosamente trágica, quando o Brasil contabiliza 500 mil mortes, desejamos transmitir nossos mais profundos sentimentos ao País.Temos consciência que nenhuma palavra é suficiente para consolar e superar a dor das perdas de nossas famílias. São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos. Meio milhão de vidas que poderiam ter sido poupadas, com bom-senso, escolhas acertadas e respeito à ciência.
Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens.
Omar Aziz
Presidente CPI
Randolfe Rodrigues
Vice Presidente
Renan Calheiros
Relator
Tasso Jereissati
Otto Alencar
Eduardo Braga
Humberto Costa
Alessandro Vieira
Rogério Carvalho
Eliziane Gama
Fonte: G1
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