A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (23) um pedido para que o Tribunal de Contas da União (TCU) apure os gastos com recursos públicos durante as ‘motociatas’ realizadas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Os passeios do presidente, além de provocar aglomeração durante a pandemia, geram gastos com a organização do evento, entre eles a mobilização de aeronaves oficiais, helicópteros, batedores, combustível e diárias para os agentes da segurança presidencial.
Somente durante a “motociata” de Bolsonaro do último dia 12 de junho, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo estimou um gasto de mais de R$ 1,2 milhão com o reforço no policiamento na capital paulista e na região de Jundiaí.
Os gastos, porém, tendem a ser maiores, já que o número é referente apenas a gastos do governo estadual. Na ocasião, o presidente participou de evento intitulado "Acelera para Cristo", e passou por vias da capital paulista antes de ir até Jundiaí. No total, o trajeto foi de cerca de 120 quilômetros.
Antes, no dia 23 de maio, Bolsonaro realizou um passeio de moto no Rio de Janeiro.
O trajeto foi de cerca de 60 quilômetros, entre a Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, e o Aterro do Flamengo, na Zona Sul. Sem máscara, Bolsonaro cumprimentou e tocou diversos apoiadores, também sem máscara, infringindo norma local para conter o avanço da Covid-19.
“Em mais uma ação insana, irresponsável e ilegal, o presidente da República, contra todas as advertências e estudos científicos, recomendações de entidades médicas estrangeiras, universidades e outros centros de pesquisa, adota medidas com gasto de verbas públicas para autopromoção e em descumprimento das normas de segurança sanitária para a pandemia”, escreveram os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) no requerimento aprovado nesta quarta.
Governistas contra
A aprovação do pedido de auditoria se deu sob forte oposição da “tropa de choque” do governo na CPI. Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC) e Luís Carlos Heinze (PP-RS) discursaram contra a proposta.
“O que tem a ver isso com a pandemia da Covid? O que tem a ver os gastos da Presidência? O senhor está falando de gastos do deslocamento do Presidente, da segurança. Isso não tem nada a ver”, afirmou Nogueira.
Na mesma linha, o senador Marcos Rogério afirmou que a “motociata” não é objeto das apurações da CPI.
“Caso fosse, nós teríamos de fazer um adendo a esse requerimento para que se investigassem também os partidos de esquerda e os movimentos de associações que mobilizaram o movimento vermelho, foram para as ruas recentemente em algumas vezes. Ou seja, quando é de esquerda, é democrático, é movimento popular, mas se é do presidente não pode”, disse o senador.
Em minoria na CPI, porém, os aliados do governo não conseguiram evitar a aprovação do requerimento.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!