Um ataque aéreo a um mercado na região de Tigray, norte da Etiópia, matou 64 pessoas na quarta-feira (23). Segundo esses profissionais, soldados tentaram impedir a passagem de insumos e reforços para atender os feridos da ofensiva, ocorrida na noite de terça.
Fontes disseram a agências internacionais que um avião jogou uma bomba no mercado de Togoga. Mais de 180 pessoas estão feridas, uma parte delas com gravidade.
Um dos casos, relatados pela Associated Press, é o de um bebê que morreu após a ambulância que o levava após o ataque ficar retida em uma rodovia bloqueada por militares, a cerca de 60 km do local do ataque.
Estima-se que centenas de pessoas tenham morrido desde início das hostilidades em Tigray, em novembro. Agências de ajuda humanitária dizem que 350 mil pessoas passam fome na região.
O ataque ocorre na semana em que a Etiópia passou por eleições parlamentares e regionais, com denúncias de obstruções a observadores locais.
Crise no Tigray
O conflito na região se intensificou em novembro do ano passado, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed Ali, anunciou ataques contra a Frente de Libertação Popular do Tigray (TPFL).
Abiy Ahmed afirma que sua operação militar é uma resposta aos ataques a dois campos militares federais pela TPLF, que no passado dominou a política etíope e que afirma ter sido marginalizada e atacada pelo primeiro-ministro. A TPLF nega ter realizado esses ataques.
As tensões entre Abiy e a TPLF aumentaram em setembro, quando, depois que as eleições nacionais foram suspensas devido ao coronavírus, a região deu início às suas próprias eleições, insistindo que Abiy era um líder ilegítimo.
Os confrontos preocupam entidades internacionais pela violência: a Anistia Internacional denuncia massacres de civis com uso de facas.
O governo tem dito que está perto de derrotar os militantes em Tigray. No entanto, forças leais à TPLF anunciaram recentemente novas ofensivas e declararam vitória, por sua vez.
Fonte: G1
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