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quarta-feira, junho 30, 2021

Anvisa diz que Ministério da Saúde não enviou documentos para liberação de 2 milhões de doses da vacina da Janssen

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta quarta-feira (30) que o Ministério da Saúde não enviou a documentação necessária para a liberação da distribuição de 2 milhões de doses da vacina contra a Covid da fabricante Janssen que chegaram ao país na sexta-feira (25), doadas pelos Estados Unidos.


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Doses de vacina da Janssen contra a Covid-19. — Foto: WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO


Mais cedo, o governador de São Paulo João Doria (PSDB), acusou o Ministério da Saúde de reter 678 mil doses da vacina que deveriam ser distribuídas para o estado de São Paulo. A pasta afirmou que aguarda aval da Anvisa para começar a distribuição.


"A expectativa é de que a liberação seja realizada ainda hoje para que a distribuição seja feita em até 48 horas", disse o Ministério da Saúde durante a tarde.

No início da noite, no entanto, a Anvisa afirmou ao G1 por meio de nota que o Ministério da Saúde só enviou a documentação necessária para a liberação do lote de 947 mil doses recebido no sábado (26), mas não o de 2 milhões de doses da sexta-feira (25).


"Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde apresentou documentação referente à carga de 947.650 doses de vacina para Covid-19 da fabricante Janssen enviadas ao Brasil e a Anvisa realizou a liberação do lote para fins de distribuição. Contudo, a Agência ainda não recebeu documentação relativa à outra carga, de 2.052.350 doses", disse a Anvisa.


A agência afirmou ainda que tem atuado com agilidade para a distribuição de doses.


"A Anvisa havia autorizado o licenciamento de importação das duas cargas, sob termo de guarda e responsabilidade – procedimento no qual os insumos ficam armazenados no centro de logística do Ministério da Saúde, aguardando documentos complementares necessários para liberação definitiva e uso. A Anvisa esclarece que tem atuado com agilidade e contribuído para a rápida disponibilização de vacinas à sociedade brasileira."


O G1 questionou novamente o Ministério da Saúde sobre a documentação e aguarda retorno.


Ao todo, foram 3 milhões de doses doadas pelo governo norte-americano.


Governo de SP pede a liberação de doses

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), Doria pediu a "imediata liberação de 678 mil vacinas da Janssen que estão estocadas no deposito" e declarou que o lote está parado desde o dia 25 de junho.


"Faço isso em nome de todos os governadores dos estados brasileiros, porque essas vacinas da Janssen foram doadas pelo governo norte-americano para o Brasil, chegaram no Aeroporto Internacional de Viracopos na sexta-feira. Nós estamos no dia 30 de junho e elas ainda não foram distribuídas pro sistema nacional de imunização", disse Doria.

Em geral, vacinas importadas passam por um controle de qualidade para atestar se as condições de segurança do produto foram mantidas durante a viagem, antes de serem distribuídas. O mesmo procedimento é feito com doses da CoronaVac e da AstraZeneca.


Além destas 3 milhões de doses doadas pelo governo norte-americano, o Brasil já recebeu outras 1,8 milhão de doses da Janssen anteriormente.


Foram entregues 1,5 milhão de doses no dia 22 de junho e outras 300 mil unidades no dia 24 de junho. Estes lotes fazem parte de um contrato do governo federal com a farmacêutica que prevê a entrega de um total de 38 milhões de doses até dezembro.


Até esta quarta, 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen já foram distribuídas pelo governo federal por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI).


Vacina da Janssen

A vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, é aplicada em dose única. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do imunizante da Janssen no Brasil em 31 de março de 2021.


A doação das 3 milhões de doses ao Brasil é a maior já feita pelo governo americano a qualquer país até agora. O principal assessor do presidente Joe Biden para a América Latina afirmou que a doação ao Brasil reflete "o foco dos EUA para combater a Covid numa das regiões mais afetadas pela pandemia". A intenção da Casa Branca é compartilhar 55 milhões de vacinas em todo o mundo.


A agência de regulação sanitária norte-americana (FDA) aumentou a validade das doses, de três meses para quatro meses e meio, desde que armazenados em temperatura de 2° a 8°C.


Fonte: G1

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