Depois de novas ameaças feitas pelo presidente da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), ministros do tribunal decidiram não reagir, por avaliarem que Jair Bolsonaro lança a estratégia de sempre: quando está acuado, no caso pela CPI da Covid, ele busca desviar o foco, lançando uma cortina de fumaça.
Bolsonaro disse nesta quarta-feira (5) que pode baixar um decreto para garantir o direito de ir e vir da população, impedindo estados e municípios de adotarem medidas de restrição de atividades, e mandou um recado em tom de ameaça ao STF. "Não ouse contestar [o decreto], quem quer que seja, sei que o Legislativo não contestará", afirmou o presidente, reclamando de decisões do tribunal que já suspendeu várias medidas inconstitucionais do Palácio do Planalto.
Ao blog, um ministro do STF disse que Bolsonaro "repete a mesma estratégia de sempre, de desviar o foco" e que "ninguém leva a sério mais esse tipo de ameaça".
Outro ministro afirmou que responder a esse tipo de "bravata" é tudo que "Bolsonaro deseja" para tentar criar um clima de crise num momento em que ele "está acuado e na defensiva por causa da CPI".
Dentro do Congresso, apesar de o presidente ter afirmado que o Legislativo não contestaria o seu eventual decreto, líderes partidários disseram ao blog que o presidente não tem apoio para adotar medidas autoritárias. Deputados e senadores já derrubaram decretos presidenciais considerados ilegais, na mesma linha do STF.
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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