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quarta-feira, maio 05, 2021

Sem escala completa de médicos pelo 3º dia seguido, Centros Covid-19 têm atendimento reduzido em Natal

Sem escala completa de médicos nos Centros Covid-19 montados pela prefeitura em Natal, grande parte das pessoas com sintomas do coronavírus que procuraram as unidades na manhã desta quarta-feira (4) voltou para casa sem conseguir atendimento. O problema é registrado desde a última segunda-feira (3), após paralisação de 30 profissionais que não aceitam novos valores pagos pelo município pela hora trabalhada.



Centro Covid-19 no Palácio dos Esportes reduziu atendimento, porque só tinha uma médica na manhã desta quarta (5) — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi


Normalmente, cada centro conta com três médicos por turno, porém, pela manhã só havia um em cada unidade.


No Palácio dos Esportes, a equipe limitou o número de atendimentos a 25, porque só havia uma médica trabalhando. Ainda assim, por volta das 12h15, a profissional encerrou o expediente e cerca de sete pessoas que ainda aguardavam no local ficaram sem atendimento. Não havia previsão de ter médico à tarde no local.


A Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) foi procurada pela Inter TV Cabugi, mas não respondeu sobre o assunto até a última atualização desta matéria. Na terça-feira (4), a diretoria informou que enfrentava dificuldades para fechar a escala, por falta de profissionais, mas esperava normalizar o atendimento nesta quarta (5).


A principal causa para a falta de médicos é que um grupo de profissionais paralisou atendimento após o município reduzir o valor pago pela hora trabalhada nos centros. Segundo o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, 30 médicos entraram em estado de greve por não aceitarem os novos valores acordados entre o município e a cooperativa e paralisaram os atendimento no sábado passado, 1º de maio.


Justiça

Desde julho de 2020, os médicos recebiam o equivalente a R$ 250 por hora trabalhada, o que representava R$ 1 mil por turno de quatro horas. Porém, segundo o município, o valor era muito maior que pago, por exemplo, a um médico que atua na sala vermelha de uma Unidade de Pronto-Atendimento, que é de maior urgência. O novo valor acordado foi de R$ 133,33 por hora de trabalho.


O sindicato entrou na Justiça contra a redução do valor, mas o juiz Airton Pinheiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, negou o pedido de tutela de urgência na última segunda-feira (3). Para o magistrado, "não há que se falar em irredutibilidade de vencimentos, posto que se trata de uma relação contratual (e não é contrato de trabalho) celebrada entre duas pessoas jurídicas".


Por outro lado, o juiz considerou que os profissionais que não concordarem com o valor não são obrigados a trabalhar nos centros.


"Os médicos que não estejam satisfeitos com os novos valores pactuados não são obrigados a aceitar o convite da cooperativa para participar da escala, posto que nesta modalidade de organização de trabalho não há compulsoriedade, mas apenas mera liberalidade em aceitar ou não o convite", afirmou.


Fonte: G1

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