O segurança do mercado que ajudou o adolescente de 13 anos após uma mulher comprar todos os doces do menino com nota falsa de R$ 100 afirmou ao G1 que se comoveu ao ver a situação do menor, em Jundiaí (SP). Sandro Moraes diz que trabalhava no estabelecimento, quando a criança apareceu e perguntou se poderia informar se a nota era falsa.
“Na hora que peguei já vi que era. Era uma falsificação muito grosseira. Era a mesma coisa de ter colocado numa impressora e feito uma cópia. Ele deve ter ficado feliz com a venda e não percebeu", diz.
O caso ocorreu no fim de semana, mas só na quinta-feira (27) que o adolescente, que costuma vender doces em um semáforo na região do Retiro, percebeu que o dinheiro era falsificado ao pedir ajuda no mercado.
Sandro ainda conta que, após o menino pedir ajuda, ele levou a cédula para o fiscal e fizeram testes. Muitos elementos, como a marca d’água, não existiam. A tristeza do menino chamou atenção do funcionário.
"Por dentro era um papel branco. O olho dele encheu de lágrima e ficou o sentimento de impotência. Coloquei a história nas redes sociais para as pessoas ajudarem.”
Ainda no mercado, o adolescente quis deixar a nota como exemplo para que as funcionárias do caixa não caíssem também no golpe.
“Foi honesto, não agiu de má-fé e ainda quis ajudar o pessoal. Acredito que a pessoa que repassou será difícil achar, mas, quando colocar a cabeça no travesseiro, vai bater a consciência”, afirma Sandro.
Nota rasgada
O G1 localizou a mãe do jovem, que não quis se identificar. A mulher contou que o filho costuma comprar doces para revender e ter uma renda extra própria. No entanto, ela se assustou ao vê-lo em uma foto segurando uma cédula nas redes sociais.
A imagem foi registrada depois que o garoto foi a um supermercado na região e pediu ajuda para identificar a veracidade.
"Ele já pegou algumas outras vezes e rasgamos quando percebemos que tinha algo errado. Também não posso afirmar que a motorista tenha feito isso de maldade, porque ela também pode não ter percebido", disse a mãe.
Segundo ela, o adolescente estuda em uma escola da região e no tempo vago gosta de vender os doces nas ruas. Não foi registrado boletim de ocorrência sobre a nota dada ao menino.
"Eu sempre sei onde meu filho está e às vezes ele compra alguns alimentos para a casa com o dinheirinho dele", ressaltou.
Segundo a Prefeitura de Jundiaí, a comercialização de mercadorias nos semáforos é proibida. A Lei nº 4.385/1994 não prevê possibilidade de autorização para esses locais. A fiscalização nos pontos de semáforos é realizada pela Guarda Municipal, conforme Lei nº 9.299/2019.
"A Guarda Municipal de Jundiaí apoia os fiscais do comércio da Prefeitura de Jundiaí sempre que solicitada, ou de forma isolada amparada pela Lei 9.299 de 14 de outubro de 2019 Art. 1º inciso X, que confere à Guarda Municipal de Jundiaí o poder de fiscalização e apreensão de produtos que estejam sendo vendidos de forma ilegal no município de Jundiaí. Em casos em que crianças são flagradas efetuando a venda de produtos, a Guarda Municipal aciona o Conselho Tutelar da área correspondente que tem a competência legal para tomar as providências em casos de desrespeito aos Direitos Fundamentais das Crianças e Adolescentes."
No período de 1 de janeiro até 27 de maio de 2021, a Guarda Municipal de Jundiaí efetuou 250 ações referentes a vendas de mercadorias ilegais dentro do município, não apenas nas vias onde estão instalados os semáforos.
Fonte: G1
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