O Rio Grande do Norte voltou a ter mais de 100 pessoas na fila de espera por um leito de UTI para tratamento da Covid-19. A informação é do sistema Regula RN, usado na administração dos leitos públicos no estado.
Leitos de UTI Covid-19 no Seridó — Foto: Divulgação/Sesap
Por volta das 9h20 deste domingo (30) havia 106 pessoas na fila em todo o estado e apenas 6 leitos disponíveis na rede pública - todos eles na região metropolitana de Natal.
Rede pública do RN registra mais de 100 pessoas na fila de espera por leito crítico no estado. — Foto: Regula RN
52 pessoas esperavam por uma UTI na região Oeste, onde todas as UTIs estavam ocupados. Na região metropolitana, onde a ocupação já passa dos 98%, havia 54 pessoas na fila e outras quatro aguardando avaliação.
No período, sobravam leitos clínicos, que são voltados para pacientes com situação menos grave da doença.
A alta de ocupação ocorre no momento em que o estado tem mais leitos de UTI disponíveis desde o início da pandemia.
De acordo com dados do sistema, a rede pública chegou a 404 leitos críticos operacionais - ou seja, em condições de uso - na última sexta-feira (28). Em 2020, o maior número registrado tinha sido no dia 10 de agosto, com 316 leitos.
Durante a manhã deste domingo (30), ainda havia 17 leitos bloqueados. Sete deles estavam em manutenção e sete foram fechados por falta de insumos ou kit de intubação. Outros três, por falta de equipamentos como bomba de infusão e de ventilador pulmonar.
Mais jovens representam 70%
Das quase 400 pessoas internadas na manhã deste domingo, 280 são pessoas com menos de 60 anos de idade. O número representa pouco mais de 70% do total de internados, enquanto os idosos - que fazem parte do público em grande parte já imunizado contra Covid-19 - representavam pouco menos de 30%.
Até mesmo o Hospital Maria Alice Fernandes, que tem 10 leitos de UTI para Covid-19 voltados para crianças tinha 9 leitos ocupados, 1 bloqueado e nenhum disponível pela manhã.
Decretos
Na última terça-feira (25), o secretário de Saúde do estado, Cipriano Maia, reconheceu que a rede pública enfrentava uma situação de pré-colpaso e não tinha mais condições de abrir novos leitos, defendendo restrições para tentar frear o aumento da demanda por leitos.
"Nós estamos já no limite hoje. Porque se nós temos quase cem pacientes em filas de espera, não precisa esperar junho, a gente já está em uma situação de saturação, de quase colapso. Isso exige medidas desde já, como a gente vem alertando e recomendando já há algumas semanas", afirmou em entrevista à Inter TV Cabugi.
Apesar disso, no dia seguinte, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), anunciou que iria manter as mesmas medidas sanitárias que constavam no último decreto publicado pelo governo.
No mesmo dia, o estado atingiu o maior número de solicitação por leitos críticos registradas desde o início da pandemia. Foram 156 pedidos de internação registrados ao longo de 24 horas.
Com a prorrogação do decreto até 9 de junho, ficou mantido o toque de recolher noturno, das 22h às 5h, e ficou autorizada a venda de bebidas alcóolicas em bares e restaurantes. Também foram liberados os esportes coletivos, funcionamento de parques públicos e as atividades escolares de forma híbrida.
O estado, porém, manteve outros três decretos regionalizados, com maiores restrições, para cidades do Alto Oeste, Vale do Açu e região Central, além do Seridó, abrangendo 61 municípios.
Fonte: G1
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