O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta segunda-feira (3) em entrevista à GloboNews que é “necessário” ouvir o ministro da Justiça, Anderson Torres, sobre declarações recentes.
Ele foi questionado sobre movimentos de integrantes da CPI que querem convocar Torres para prestar depoimento.
À revista “Veja”, o ministro da Justiça disse que vai requisitar à Polícia Federal informações sobre os inquéritos que envolvem governadores em desvios de recursos da saúde.
A fala de Torres foi vista, por integrantes da CPI, como uma “ameaça indireta” aos trabalhos do colegiado, criado para investigar ações e omissões do governo Jair Bolsonaro e para fiscalizar a aplicação de recursos federais por estados e municípios.
“Se tiver o requerimento na minha mão, eu pauto amanhã [terça-feira, 4], para ouvi-lo. É necessário ouvir o ministro da Justiça”, disse Aziz.
“Eu acho que a posição dele tem que ser explicada. Em vez de o ministro da Justiça se preocupar com as nossas fronteiras – em que entra narcotráfico no Brasil todo, que tá matando jovem, que está recrutando jovens – o ministro da Justiça está se preocupando em querer criar uma Polícia Federal para investigar questões políticas. Isso aí a gente não pode admitir”, acrescentou o presidente da CPI.
‘Exército não tem que falar nada’
Omar Aziz também falou sobre a programação da CPI para os próximos dias. Nesta terça-feira, o colegiado ouvirá os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Na quarta-feira (5), será a vez do também ex-ministro da pasta general Eduardo Pazuello. Na quinta-feira (6), os convocados são o atual titular da Saúde Marcelo Queiroga e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
Em relação a Eduardo Pazuello, Omar Aziz afirmou que a comissão tomará o depoimento do ex-ministro da Saúde e não do Exército, instituição à qual o militar pertence.
“Não é o Exército Brasileiro que está sendo ouvido. Não vamos confundir as coisas. Vai estar o ex-ministro Pazuello. O Exército não tem que falar nada para a gente. O Exército está fora disso”, afirmou o presidente da CPI.
“Muita gente quer misturar as coisas, para tentar confundir a sociedade e achar que o Exército estava ali. Não era o Exército que estava ali. Era uma decisão pessoal do ministro Pazuello em assumir aquele cargo”, completou o senador por Amazonas.
Apesar da fala de Omar Aziz, há integrantes da CPI que querem informações do Exército, principalmente em relação à produção, pelo laboratório da instituição, de cloroquina – medicamento cuja ineficácia contra a Covid-19 está cientificamente comprovada.
Fonte: G1
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