Uma explosão perto de uma escola em Cabul, neste sábado (8), deixou pelo menos 30 pessoas mortas e feriu mais de 50, incluindo estudantes, informou o Ministério do Interior do Afeganistão.
A explosão ocorreu no distrito de Dasht-e-Barchi, no oeste de Cabul, quando os moradores estavam fazendo compras na rua antes do feriado de Aid al Fitr da próxima semana, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
O bairro é habitado principalmente por xiitas hazara e já foi atacado anteriormente por militantes islâmicos sunitas.
O porta-voz do Ministério da Saúde, Dastagir Nazari, disse que várias ambulâncias foram enviadas ao local e os feridos estavam sendo retirados.
A explosão ocorre enquanto os Estados Unidos retiram os últimos de seus 2.500 soldados do país, apesar dos poucos resultados nas tentativas de paz entre o Talibã e o governo afegão para encerrar uma guerra de décadas no Afeganistão.
As autoridades geralmente culpam o Talibã pelos ataques em Cabul, mas, neste caso, os insurgentes negam a responsabilidade.
Negociações de paz
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) pediram nesta sexta a retomada imediata das conversas entre as partes no Afeganistão e condenaram o Talibã por realizar ataques generalizados quando forças estrangeiras estão deixando o país.
Representantes de Washington, da UE, da OTAN e outros países europeus se reuniram em Berlim na quinta. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a retirada de suas tropas será concluída em 11 de setembro, vigésimo aniversário dos ataques que desencadearam a invasão americana ao Afeganistão.
A reunião de Berlim terminou com uma declaração que "solicitou a retomada imediata, sem condições prévias, de negociações substantivas sobre o futuro do Afeganistão".
As negociações devem levar a "posicionamentos de compromisso sobre a divisão do poder que podem levar a um governo inclusivo e legítimo".
"O processo de retirada das tropas não deve servir como desculpa para o Talibã suspender o processo de paz", acrescentou.
O governo de Cabul e o Talibã iniciaram negociações sem precedentes no Catar em setembro, mas têm penado para seguir em frente.
A Turquia tinha programado realizar uma conferência sobre o Afeganistão no final de abril, mas ela foi adiada indefinidamente porque o Talibã se recusou a comparecer.
Os extremistas protestavam contra o atraso na retirada dos EUA, que o ex-presidente Donald Trump havia inicialmente marcado para 1º de maio.
Desde que as tropas estrangeiras começaram a se retirar do Afeganistão, as forças do governo e o Talibã se envolveram em combates, especialmente na província de Helmand.
A declaração emitida após as negociações de Berlim "condena veementemente a violência contínua no Afeganistão, pela qual o Talibã é amplamente responsável".
Ela também pediu ao Talibã que "detenha sua ofensiva". "Qualquer ataque do talibãs às nossas tropas durante este período terá uma resposta contundente", disse o comunicado.
Fonte: G1
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