A China anunciou nesta segunda-feira (31) que cada casal terá permissão para ter até três filhos. A decisão foi tomada depois que os dados do censo mostraram que a taxa de natalidade vem caindo no país desde 2017. Ainda não há data para a medida entrar em vigor.
Homem e uma criança usando máscaras em Pequim — Foto: AP Photo/Ng Han Guan, File
A mudança foi aprovada durante uma reunião com o presidente Xi Jinping, informou a agência de notícias oficial Xinhua.
Em 2016, a China aprovou uma flexibilização da política do filho único, que autorizou o nascimento do segundo filho. Ainda assim, os números continuaram em queda.
Dados do censo
A população da China chegou a 1,411 bilhão de habitantes em 2020, segundo os resultados do seu censo, realizado a cada 10 anos. Em comparação à pesquisa de 2010, a população chinesa cresceu 5,38% (72 milhões de habitantes), segundo o Departamento Nacional de Estatísticas.
A população chinesa teve o menor crescimento em décadas nos últimos 10 anos, e em breve o país deve ser superado pela Índia em número de habitantes. A China prevê que a curva de crescimento populacional irá atingir o pico em 2027, quando a Índia deverá ultrapassá-la e se tornar o país mais populoso do mundo.
A população chinesa começará então a diminuir, até chegar a 1,32 bilhão de habitantes em 2050, segundo as projeções.
Já a Índia tem 1,38 bilhão de habitantes e sua população cresce a uma média de 1% por ano, segundo estudo divulgado no ano passado pelo governo do país.
Taxa de natalidade em queda
A taxa de natalidade vem caindo no país desde 2017, mesmo com a flexibilização em 2016 da política do filho único. Demógrafos advertem que a China pode registrar o mesmo fenômeno de Japão e Coreia do Sul, que sofrem com excesso de idosos em comparação ao número de jovens e trabalhadores.
A taxa caiu para 10,48 a cada mil habitantes em 2019, o nível mais baixo desde a fundação da China comunista, em 1949. Foram 14,65 milhões de nascimentos.
A queda da taxa de natalidade tem várias razões: diminuição do número de casamentos, custo de vida e gravidez mais tardia das mulheres, que priorizam a carreira profissional, entre outras.
Em 2020, ano marcado pelo início da pandemia do novo coronavírus, o número de nascimentos caiu ainda mais, para 12 milhões.
O porta-voz do Departamento Nacional de Estatísticas, Ning Jizhe, reconheceu que a pandemia "aumentou a incerteza da vida cotidiana e a preocupação com o nascimento de um filho".
Fonte: G1
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