O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), defenderam nesta terça-feira (4) a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para prestar depoimento à CPI.
Randolfe e Renan manifestaram o desejo de convocar Guedes durante entrevista concedida após o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta à CPI.
Durante participação na comissão, o ex-ministro da Saúde teceu críticas a Guedes, a quem chamou de "intelectualmente desonesto”. Ele também afirmou que o ministro da Economia não “ajudou nada” e que é “pequeno” para o cargo que ocupa.
O G1 procurou a assessoria de Paulo Guedes — a fim de saber se o ministro pretende responder — e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
“Eu acho que torna inevitável, no meu sentir, pelo menos, que a comissão aprecie o requerimento de convocação do ministro Paulo Guedes a esta CPI”, afirmou Randolfe Rodrigues.
Renan Calheiros disse apoiar a proposta do vice-presidente da comissão.
“Esse requerimento do senador Randolfe contará com o meu voto. Sou apenas um redator, um sistematizador. Mas, nesse caso, eu posso votar em apoio e solidariedade ao senador Randolfe”, disse Renan Calheiros.
‘Desonesto intelectualmente’
Ao falar sobre Paulo Guedes, Mandetta disse lamentar a atuação do ministro, especialmente no começo da pandemia. Ele também afirmou que Guedes “talvez tenha sido uma das vozes que tenha influenciado” o presidente Jair Bolsonaro.
“Um desonesto intelectualmente, uma coisa pequena, um homem pequeno para estar onde está", declarou. Ele criticou o ministro da Economia porque Guedes teria afirmado, em referência ao próprio Mandetta: "Ele saiu com R$5 bi e não comprou vacina".
As pessoas, nessa internet aí, nesse mundo... Há um mundo virtual que é muito também responsável por essas coisas”, disse Mandetta.
“Esse ministro não soube nem olhar o calendário para falar: ‘Puxa, enquanto ele estava lá, nem vacina sendo comercializada no mundo havia’", declarou.
Mandetta ressalvou que teve a colaboração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
"Só posso lamentar. Diferentemente do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Este sim, ligava, perguntava, mandava informações que captava no mercado, extremamente atencioso com coisas de economia e impacto nas coisas públicas. Ajudou muito. Esse da Economia não ajudou nada. Pelo contrário, falava assim: ‘Já mandei o dinheiro. Agora se virem lá e vamos tocar a economia’. Talvez tenha sido uma das vozes que tenha influenciado o presidente”, completou o ex-ministro.
Fonte: G1
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