O laboratório americano Pfizer confirmou na última quarta-feira (21) que doses suspeitas de sua vacina para Covid-19, apreendidas no México e Polônia e que eram vendidas por até US$ 1.000 (R$ 5.495, na cotação atual) a unidade, eram falsas.
"A Pfizer identificou versões falsas de sua vacina contra a Covid-19 no México e Polônia", afirmou a empresa em um comunicado.
A companhia disse que trabalha com governos, fornecedores e profissionais de saúde para "para combater o comércio ilegal".
Uma fonte da secretaria de Saúde do estado mexicano de Nuevo León, no norte do país, afirmou à agência de notícias AFP que 80 pessoas foram inoculadas com o fármaco falso, mas não revelou detalhes.
O governo mexicano anunciou a apreensão das vacinas falsas em 17 de fevereiro em uma clínica clandestina e várias pessoas foram detidas. O Ministério Público local abriu uma investigação.
A substância foi encontrada em geladeiras de cerveja tinha números de de lote e datas de vencimento falsas, de acordo com o jornal americano "Wall Street Journal".
O líquido nos frascos confiscados na Polônia era uma substância cosmética, possivelmente um creme anti-rugas, segundo a Pfizer.
"Somos conscientes de que no atual ambiente em que vivemos – estimulado pela facilidade e conveniência do comércio eletrônico, assim como pelo anonimato oferecido pela internet – vai acontecer um aumento no número de fraudes, falsificações e outras atividades ilícitas relacionadas com as vacinas e os tratamentos contra a Covid-19", afirmou a empresa em um comunicado.
Na quarta, o vice-diretor da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, fez um alerta sobre a oferta de vacinas falsas na Argentina, Brasil e México, denunciando um "problema" para as autoridades de saúde e policiais.
Consultado sobre a informação do "Wall Street Journal" a respeito da venda de vacinas fraudulentas do laboratório Pfizer no México, Barbosa disse: "Sim, recebemos informações do México, Argentina e Brasil de que algumas doses foram oferecidas nas redes sociais".
"Os mercados ilegais oferecem vacinas que provavelmente estão falsificadas, não são a vacina real, ou talvez estejam roubando-as de um centro de saúde e ninguém pode garantir que estejam armazenadas corretamente", disse Barbosa em coletiva de imprensa.
"Então, claramente é um problema, não só para as autoridades de saúde, mas também para a polícia identificar esta atividade criminosa", afirmou.
Barbosa insistiu que só se pode confiar nas vacinas administradas pelas autoridades de saúde porque só essas têm a garantia de serem "seguras e eficazes" e de terem sido conservadas nas condições adequadas.
"Portanto, é muito importante rejeitar comprar qualquer tipo de vacina que se ofereça nas redes sociais e na internet", pediu.
"Isso é um risco para sua saúde", enfatizou.
Fonte: France Presse
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