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quinta-feira, abril 29, 2021

Ministério Público vai denunciar promotor por homicídio da mulher, dizem fontes

O Ministério Público vai denunciar o promotor André Luís Garcia de Pinho nesta quinta-feira (29) pelo homicídio da mulher dele, Lorenza Maria Silva de Pinho, segundo fontes ligadas às investigações.


Lorenza Maria Silva de Pinho foi encontrada morta no início de abril. — Foto: Reprodução/Facebook


Lorenza morreu no dia 2 de abril. O corpo chegou a ser levado para uma funerária, mas um delegado pediu para que fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal. André Pinho sempre negou ter cometido o crime.


Como o G1 revelou, o laudo do IML apontou que a causa da morte foi constrição mecânica na coluna cervical, na altura do pescoço. O laudo também apontou que a vítima sofreu lesão cervical, hemorragia, lesão leve no crânio e que tinha álcool em excesso no sangue.


O crime deve ser tipificado também como feminicídio, considerando o cenário de violência entre marido e mulher, segundo as mesmas fontes. Além de denunciar Pinho, o Ministério Público vai pedir que sua prisão temporária seja convertida em preventiva. Ele está preso desde o dia 4 de abril, em uma sede do Corpo de Bombeiros, em Belo Horizonte.



Promotor André de Pinho é suspeito de matar a mulher e permanece preso em BH. Foto de arquivo. — Foto: Pedro Ângelo/G1


Durante as investigações, o Ministério Público e a Polícia Civil ouviram várias testemunhas, incluindo o pai e a irmã de Lorenza, seus filhos mais velhos, um pastor amigo do casal, uma tia da vítima e um primo do promotor, além do médico que atestou a certidão do óbito, dizendo que a morte foi causada por pneumonite devido a alimento ou vômito e autointoxicação por exposição intencional a outras drogas (relembre a cronologia abaixo). Pinho foi ouvido na última terça-feira (27).


Certidão de óbito de Lorenza Maria Silva de Pinho, à qual G1 teve acesso. — Foto: TV Globo / Reprodução


Nesta quinta-feira (29), o advogado do promotor André Pinho, Robson Lucas, disse ao G1 que "a acusação é muito grave" e que é precipitado dizer que as lesões encontradas no laudo do IML signifiquem asfixia.


"É uma impropriedade e, ao que tudo indica, há uma precipitação nessa acusação. Essa acusação é muito grave e ela não está correspondida nos detalhes técnicos do laudo. Se houver ação judicial, como se anunciou, com oferecimento de denúncia, vamos fazer o combate dentro do processo, e aí a gente vai ter qualidade de armas, porque até então a defesa nada pôde fazer, nada pôde acompanhar, só assistir. Implorou para participar e não teve acesso. A Justiça com certeza respeitará o princípio do contraditório e da defesa, e a gente terá, dessa forma, a possibilidade de apresentar essas inconsistências que constaram do laudo do IML. Efetivamente não houve asfixia mecânica. Não houve qualquer tentativa de estrangulamento, ou de esganadura, que são as formas de asfixia mecânica. É uma precipitação dizer que o achado de lesão na região cervical signifique uma atuação do dr. André em desfavor de sua esposa", disse o defensor.


Lorenza Maria Silva de Pinho foi encontrada morta em 2 de abril, em BH. — Foto: Reprodução / Facebook


Ele também disse que os hematomas foram encontrados em duas partes do corpo em que o médico-socorrista atuou, seja para fazer massagem cardíaca ou para manobras de intubação.


"Também foram encontrados infiltrados hemáticos na região torácica. Por que então na conclusão apenas se referiu a esses hematomas, possível lesões, apenas na região cervical? Por que não se falou dos achados na região torácica? Isso significa que a compatibilidade do fato de um médico socorrista, dr. Itamar, ter feito massagens cardíacas pra tentar reanimar a paciente Lorenza e também ter feito duas manobras de intubação, significa que, nas duas regiões em que ele, médico socorrista, atuou, foram as mesmas onde se encontraram os achados desses hematomas".


Fonte: G1

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